Bem sei que a Câmara Municipal de Ponta Delgada se encontra a ultrapassar um período muito difícil. Depois da saída do seu Presidente eleito, e agora suspenso, e das consequentes substituições, nesse cargo, Ponta Delgada volta a ter como Presidente uma Mulher. Tal circunstância não é, condição sine qua non para que tudo corra às mil maravilhas, o mesmo será dizer que não espero que esse facto, seja, por si só, sinónimo de qualidade. Todavia e, após toda esta instabilidade, o que eu espero para a minha cidade e concelho é que, passada a missa em honra do Divino Espírito Santo, tudo por aqui “pule e avance,” não como “bola colorida”, mas sim, com causa e consequência, com ideias, projetos, determinação e empenho. Porém, e a avaliar pelas notícias do passado fim-de-semana não se esperam grandes melhorias. Refiro-me aos cortes feitos, aos apoios inicialmente previstos, no orçamento municipal para 2020, ao abrigo do Regulamento de Apoio às Atividades Culturais e às justificações que foram dadas para que tal tivesse acontecido. O momento que todos vivemos exigia outro tipo de atuação. Exigia que a autarquia tivesse tomado, por exemplo, a mesma atitude do Governo dos Açores, quando decidiu autorizar todas as prorrogações e suspensões dos eventos apoiados, assim como decidiu manter o pagamento de todos os compromissos assumidos para 2020. E assim é que tem que ser! Estranho que a atual Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, outrora vereadora desta autarquia para a Cultura, e ainda mais atrás no tempo, deputada no Grupo Parlamentar do PSD, na Assembleia Regional, também para esta área, tenha promovido estes cortes. Se há coisa que sempre reconheci à atual Presidente, embora com posições discordantes, foi o seu empenho na defesa de uma política cultural justa e transversal. Foi isso que me pareceu estar na base da criação de um Regulamento Municipal de Apoio às Atividades Culturais. Foi isso que foi, então, anunciado: maior previsibilidade, regularidade e estabilidade aos Agentes Culturais. Nada disto aconteceu agora. São péssimos sinais.