I
A Juventude Socialista dos Açores (JS/A) organizou, na última semana de agosto, na ilha Terceira, a primeira edição da “Academia Geração”. Este fórum, que ocorreu durante um fim de semana, demonstrou, pela importância dos temas em debate, pela qualidade dos oradores e discussão gerada, que a JS/A tem perfeita noção do papel que cabe à juventude no presente e no futuro dos Açores. Vasco Cordeiro, antigo líder da JS/A e Presidente do PS/A, marcou presença na sessão de encerramento desta “Academia” e, aquando do uso da palavra, aproveitou para desafiar os jovens Açorianos a combater “fenómenos radicais, extremistas e de exclusão” e a travar um verdadeiro combate político por valores como “a democracia, a liberdade, a tolerância e o respeito pelo outro.” Para tal, defendeu a importância de “uma participação política consciente, lúcida e efetiva.” Especificando, em seguida, que “cada um de nós tem a responsabilidade de ser um elemento de combate a tais fenómenos. Esse não é um desafio dos outros, não é um desafio dos políticos que têm cargos. É um desafio de todos os cidadãos enquanto políticos”, concluiu Vasco Cordeiro. Ainda que no discurso tenham sido abordados outros temas, julgo que se impõe realçar o desafio aos jovens que acima transcrevi. Esse desafio demonstra a consciência que Vasco Cordeiro tem do mundo atual, onde até numa Região inserida num “país de brandos costumes” já se começa a ver – com preocupação por parte dos democratas – indícios de radicalismos e extremismos. Em nome da Democracia e da Liberdade, é bom que todos os democratas percebam o perigo de se embarcar em aventuras. A História diz-nos que o fim é sempre trágico.
II
A Juventude Social Democrata dos Açores (JSD/A) organizou, também no final do mês de agosto, na ilha Graciosa, a sétima edição da sua “Universidade de Verão”. Neste meritório fórum da JSD/A foram, também, debatidos temas importantes para os Açores. Os jovens sociais democratas aproveitaram, ainda, pela voz do seu Presidente para anunciar que esta edição era “especialmente dedicada a todos os que já participaram nas anteriores edições.” Ora, à boleia desta permanente fixação pelo retrovisor, em vez de se olhar em frente, entrou em cena, na sessão de encerramento da “Universidade”, José Manuel Bolieiro. E qual foi a mensagem que deixou à jovem plateia? Em primeiro lugar, deixou “um apelo à participação dos jovens na vida pública, permitindo uma libertação da sociedade perante os riscos da submissão, conquistando a soberania do povo.” Em segundo lugar, referiu que “a alternância democrática ajuda a que o povo seja soberano e o poder submisso; e não o contrário”. Por fim, fez alusão aos “24 anos de poder sufocante do PS em continuidade, procurando transformar o seu poder em soberano.” Confuso? Incoerente? Desespero? Vamos lá por partes. De positivo, regista-se apenas o apelo à participação dos jovens na vida pública. Quanto ao resto, gostaria apenas de relembrar que a Democracia, à luz da Constituição da República Portuguesa, assenta na vontade popular. É o Povo que, num exercício de total liberdade, faz as suas escolhas. E o Povo não pode ser bom quando dá, desde 1993, maiorias sucessivas ao PSD/A na autarquia de Ponta Delgada; e mau (submisso) quando escolhe maioritariamente o PS/A nas eleições regionais. O Povo é soberano. E sábio. Sempre!