Opinião

Apagar os últimos seis meses das nossas vidas…

Nos últimos seis meses, a vida de todos nós mudou. Perante uma doença provocada por um novo vírus sem cura ainda conhecida e que já vitimou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, tivemos todos de, subitamente, adaptar a nossa vida, redefinindo rotinas e prioridades e adotando procedimentos de proteção da saúde individual e coletiva. Todos nós sentimos, de uma forma ou de outra, o impacto desta pandemia, seja nas nossas relações pessoais e sociais, seja no âmbito das consequências económicas que atingiram alguns sectores de atividade, como é o caso do Turismo, de uma forma totalmente inesperada e agressiva. Foram seis meses de que, certamente, não nos esqueceremos, sobretudo, pelo esforço que todos tivemos de fazer para que essa pandemia nos atingisse da forma menos dolorosa possível, através de uma mobilização de todos os açorianos que se constituiu como mais uma enorme lição da força que temos e de quem somos, como Povo e como Região. Fizemos, juntos, o que muitos julgaríamos ser impensável conseguir. Mas estivemos sempre unidos nos momentos mais difíceis. Pouco mais de seis meses depois, e perante uma segunda vaga que já atinge muitos países, os açorianos vão a eleições no final deste mês. E se é verdade que todos nós sentimos que a nossa vida mudou, não deixa de ser estranho que, para toda a oposição, estes últimos seis meses não tenham existido na vida dos açorianos. Os candidatos da oposição a estas eleições tentam apagar da campanha este período que foi, pura e simplesmente, um dos mais marcantes das nossas vidas. Fazem tudo para não falarem de como, retirando as lições destes seis meses, podemos refazer o que precisa de ser refeito na nossa Região. Não falam porque, no fundo, eles próprios sentiram que, quem esteve sempre lado a lado com os açorianos na fase mais crítica do combate à pandemia, é quem tem as melhores condições para fazer o que precisa de ser feito para que, num futuro cada vez mais próximo, possamos sair mais fortes, como Povo, desta situação de pandemia. E isso, quer queiram, quer não, também está em jogo no dia 25 deste mês. No fundo, é a velha questão: enquanto uns apontam para a lua, a maioria da oposição não quer deixar de olhar para o dedo…