A reta final para as eleições regionais é o tempo dos visitantes ilustres e das declarações desfasadas da realidade regional.
Um ilustre visitante, em visita pré-eleitoral a duas ilhas da Região, não escondeu a saudade que sente dos primórdios da autonomia constitucional quando a Região, durante séculos votada ao abandono e entregue a si própria, se lançava, e muito bem, na construção de infraestruturas básicas das quais nunca havia sido dotada.
Se tivesse a oportunidade de ler alguns indicadores, veria que, em 2019, os Açores registaram o valor do PIB mais elevado de sempre da sua história. Ficaria a saber que, no 2.º trimestre de 2020, em plena pandemia, a taxa de desemprego da Região foi de 4,9%, inferior à média nacional. E para aqueles que lhe diriam que o resultado se deve aos programas ocupacionais, teria outro indicador que dá conta de que, em relação a julho de 2016, registámos um decréscimo de 49% no número de açorianos inscritos em programas de inserção socioprofissional.
Em matéria de educação, teria verificado que foram os Governos do Partido Socialista que levaram todas as crianças para a escola e a creche, o ensino pré-escolar público e a escolaridade obrigatória – o 12.º ano, a todas as ilhas do arquipélago. E que, nos últimos dez anos, a taxa de desistência decresceu 80%.
Se pudesse ter visitado as nove ilhas, teria podido contar perto de 700 respostas sociais de apoio à infância, à família, aos idosos, cujo financiamento aumentou em 16% ao longo da última legislatura.
Uma breve incursão na área da saúde bastaria para saber que os governos liderados por Vasco Cordeiro aumentaram em cerca de 30% o número de utentes com médico de família e que, em 2019 foram realizadas mais 150.000 consultas médicas e mais 219.000 atos de diagnóstico e terapêutica do que no ano de 2016.
Com mais algum tempo disponível teria visitado caminhos rurais, explorações eletrificadas, a rede de matadouros, a rede de portos e as suas casas de aprestos, os centros interpretativos. Mas o tempo não daria para tudo.
Talvez o nosso visitante saiba que Vasco Cordeiro, perante a pandemia, e à semelhança do que fizera quando, em 2012, assumiu pela primeira vez a presidência do Governo, não baixou os braços nem se rendeu. Fez o que era preciso fazer para salvaguardar a saúde dos açorianos e a capacidade de resposta do Serviço Regional de Saúde.
Talvez saiba que batalhámos pela salvaguarda do emprego, do rendimento das famílias, das empresas, lançando medidas específicas como o Programa de Manutenção do Emprego, a Linha de Crédito COVID 19 – Apoio às Empresas dos Açores ou o Programa Açoriano de Apoio aos Empresários em nome individual.
Teria sido mais útil que o nosso ilustre visitante tivesse explicado porque é que o PSD se absteve na votação da Lei de Bases do Ordenamento e Gestão do Espaço Marítimo e nem o líder regional nem os Deputados eleitos pelos Açores o conseguiram demover nesta matéria. De tal modo, que a intervenção de tribuna foi feita por uma insigne Deputada de um círculo eleitoral do norte de Portugal.
A verdade não é o que quisermos. Nem mesmo em tempo de campanha eleitoral.