Vasco Cordeiro ganhou por “KO” o frente a frente com José Manuel Bolieiro. Ao profundo conhecimento de todas as matérias aliou, com notável mestria, explicações percetíveis para todos os açorianos relativamente ao que não tinha corrido como esperado. Simultaneamente, com o arrojo de quem não tem medo de assumir compromissos mensuráveis, comprometeu-se com metas concretas a serem cumpridas nos próximos 4 anos. Ao invés, Bolieiro, ora insistia em chavões e compromissos vagos e abstratos; ora se perdia em tentativas vãs de explicar… o que não queria que se soubesse das suas próprias propostas! Uma dessas propostas prende-se com uma alegada baixa generalizada de impostos. Acontece que, após assertiva réplica de Vasco Cordeiro que recordou a recente redução fiscal com aplicação a 90% dos contribuintes da Região, Bolieiro, em tom baixinho, lá assumiu que a sua proposta é dirigida a cerca de 10% dos contribuintes. Os contribuintes com rendimentos mais elevados. Ficámos, portanto, a saber que a prioridade do PSD de Bolieiro é baixar impostos aos ricos! Por onde anda a matriz social democrata… Outra coisa que ficámos a saber, novamente após astuta e documentada intervenção de Vasco Cordeiro, tem a ver com a SATA. Neste caso, até são duas as “notícias” que se pretendiam omitir. A primeira é que a proposta das passagens a 60 euros diz respeito a passagens promocionais e a segunda é que foi riscado que ao preço promocional acresce as taxas. Acontece que estas duas “novidades” são, ainda, inconciliáveis com um bonito discurso relativo ao “fim de ingerências na política comercial da SATA”. Quem será o autor dessa promessa? Sim, é o mesmo que até já fixa preços de passagens! Bolieiro, pela experiência adquirida nos últimos 30 anos de vida política, já não devia mostrar tamanha e gritante incoerência. E, acima de tudo, não devia pautar a sua intervenção pública por uma espécie de permanente “jogo de escondidas”. Esta postura, quando em confronto com uma personalidade com o perfil de líder de Vasco Cordeiro, demonstra um evidente desconforto e muita insegurança. E foi isso que vimos ao longo do debate: a firmeza de Vasco Cordeiro em todas as matérias e o ziguezaguear permanente de Bolieiro. Os tempos que se avizinham, e que já vivemos desde março último, exigem uma enorme capacidade de liderança; experiência; coragem na defesa intransigente do Povo Açoriano; assertividade na tomada de decisões e máxima celeridade na implementação de medidas. Todas estas características fazem com que me recorde de um saudoso Presidente da República. Refiro-me, obviamente, a Mário Soares. O Presidente Mário Soares, ícone da democracia mundial, publicou um livro (o seu último) que tinha por título “um político assume-se”. Bolieiro não deve ter tido ainda tempo para o ler. Vasco Cordeiro, como sempre, cumpriu essa máxima. Para o bem e para o mal, os Açorianos sabem que podem contar sempre com o seu Presidente. Esta verdadeira e inquebrável relação de confiança demora muito a ser conquistada e não nasceu de uma mera inscrição em outdoors. O frente a frente permitiu, por isso e em jeito de conclusão, mostrar a essência das personalidades em contenda: Vasco Cordeiro é aquilo que é; Bolieiro quer aparentar aquilo que não é. Os eleitores, com a sabedoria habitual, escolherão o melhor para os Açores!