Transformista entrou no léxico do líder do PSD. Não é a aceção de Gramsci. É uma tendência para o uso gongórico das palavras. O tom solene não garante, per si, boa impressão. Tanta vez o cântaro vai à fonte… Foucault disse que as palavras receberam a missão e a tarefa de representar o pensamento. O governo “transformista” é tudo o que criticou na campanha. A humildade fingida comove cada vez menos. Eficácia? O maior governo de sempre na história da Autonomia. Despartidarização? Um governo partidário, com reduzida participação de mulheres e independentes. Espírito inovador? Uma orgânica inspirada nos velhos governos de Mota Amaral, com titulares desse tempo, outros polémicos para o CDS ou ardendo no fogo fátuo e sôfrego do PSD. A entidade de saúde pseudoautonómica é o transformismo do Porto “vermelho de infetados”. O benefício da dúvida já é só dúvida. Neste novelo(a), o “transformismo” será a aprovação de um programa de governo “CHEGAringonça”. O “transformista” é o ator que rapidamente se disfarça, mudando de traje, sem mudar nada...