Na segunda semana do corrente mês reuniu a Assembleia Legislativa para debater o programa do XIII Governo Regional dos Açores.
Como é bem sabido, este programa não foi sufragado pelos Açorianos porque não foi apresentado pelos partidos da coligação antes das eleições.
Aliás, antes das eleições o PSD jurava que não fazia acordos com o Chega. O PPM não reconhecia competência ao presidente do PSD para liderar um possível governo de alternativa. O Chega dizia que não iria viabilizar um governo liderado por partidos do sistema.
Como se vê, o que veio a acontecer nada tem a ver com o que foi dito durante a campanha e, na minha modesta opinião, esta manobra, esta “caranguejola”, como já é conhecido este entendimento, foi concebida apenas para assaltar o poder, sem qualquer respeito pelos eleitores que foram às urnas a 25 de outubro passado.
Deste Governo, que, primeiro, se autointitulava transformista (vai lá saber-se isso o que é), e mais tarde inovador, esperava-se muito mais.
Mas o que se viu, na apresentação do seu programa, foram muitas propostas relativas a coisas já feitas e outras que já estavam em andamento, ou seja, projetadas e em alguns casos com o processo concursal concluído.
Portanto, depois de acompanhar a apresentação do programa de governo e do posterior debate chega-se à conclusão que chamar inovador àquele programa é, muito simplesmente, um perfeito exagero.
Não obstante, durante o debate podemos assistir a três novidades. Um secretário regional a faltar à verdade com o objetivo de obter vantagem política, outro governante a queixar-se de que trabalha muito e o sentimento que, relativamente às ajudas de estado à SATA, o Governo desistiu de lutar pelos interesses dos Açorianos junto da Comissão Europeia.
Lá mais para o final do debate, ficamos também a conhecer que uma das grandes exigências dos partidos de direita, o “emagrecimento” da administração regional, foi também ignorado, pois foram criados mais um departamento e seis direções regionais com um custo anual superior a um milhão de euros.
Por estes exemplos podemos perceber que o conceito de inovação, para este governo, não está diretamente ligado à criação de algo de novo. Esperemos para ver o que aí vem.