Vacina - Pelo que observo, há um grande desconhecimento relativamente à estratégia de vacinação no âmbito do combate à pandemia da Covid 19. Ou falta de solidariedade. A ver vamos. A ser desconhecimento (prefiro optar pela hipótese mais benévola, até prova em contrário), não será, certamente, por falta de informação. A Comissão Europeia tem uma página especialmente dedicada, na qual podemos aceder a vasta informação, incluindo a Estratégia da UE para as vacinas contra a COVID-19, aprovada a 17 de junho do ano passado, a Comunicação da Comissão, de 18 do mesmo mês, com a aprovação do acordo com os Estados membros “sobre uma ação comum a nível da EU”, de “abordagem centralizada da UE para garantir o aprovisionamento e apoiar o desenvolvimento de uma vacina” e informação sobre o processo e governação em matéria de vacinação na UE, os critérios de financiamento, os grupos prioritários potenciais, as vacinas autorizadas, os contratos de aquisição celebrados e as negociações exploratórias.
Um dos objetivos da Estratégia da União Europeia é garantir, o mais rapidamente possível, o acesso equitativo de todos os habitantes da UE a uma vacina a preços acessíveis. O acesso à vacina é, assim, simultâneo em todos os Estados membros e assegurado segundo um critério pro rata, isto é, a distribuição é feita com base na população. Releva, ainda, a solidariedade dos Estados membros através de um contributo de 500 milhões de euros ao Mecanismo COVAX que integra o apoio à vacinação nos países de mais baixo rendimento, fora do espaço europeu.
Se evoco a eventual falta de solidariedade é porque entendo que, nos Açores, não podemos querer ser parte deste acordo para aquisição conjunta pela Comissão em nome dos Estados membros e ser, depois, beneficiados na distribuição, invocando, para o efeito, a nossa condição insular. Estamos nisto juntos e essa é a melhor hipótese que temos para vencer.
Onde está Wally - Encontrar evidência da atividade política dos partidos que ganharam assento parlamentar nas últimas eleições regionais e que apoiaram a constituição e o programa do atual Governo regional é uma tarefa bastante mais difícil do que encontrar a famosa figura do Wally, criada pelo ilustrador britânico Martin Hanford. O mesmo se diga da maioria do elenco governativo. É triste esta comparação. Eu sei. Mas é a que me ocorre.
Hipocrisia - na publicação de José Manuel Bolieiro, agora Presidente do Governo dos Açores, sobre o pedido de declaração de inconstitucionalidade que um grupo de Deputados apresentou relativo à alteração à lei de Bases de Ordenamento e Gestão do Espaço Marítimo. JMB sabe bem que a alteração efetuada na especialidade foi determinante para garantir o vasto apoio que a lei em causa recebeu dos parlamentares portugueses. Querer fazer crer que, sem essa alteração, a lei teria merecido uma aprovação unânime é desmerecer a capacidade de análise e julgamento dos açorianos. Pior, ainda. É manipulação da realidade, coisa muito em voga nestes dias. E muito perigosa. Justiça seja feita, nesta matéria o PSD Açores não está sozinho. Outras forças políticas usaram da mesma estratégia. Quanto ao pedido em si, é apenas mais um passo numa estratégia liderada por quem nunca se conformou com o resultado da votação porque nunca quis fazer um esforço de aproximação às Regiões Autónomas nesta matéria.
Casa da Autonomia - Um povo sem memória não é um Povo. É um aglomerado de gente.