A crónica desta semana, não sendo um ataque a ninguém é natural que alguém se sinta ofendido... É assim que esta governação se tem sentido quando confrontada com factos que desmentem a sua narrativa. Sobretudo a narrativa que quiseram, felizmente sem sucesso, implementar enquanto oposição.

E o facto mais relevante que pretendo salientar nesta crónica é o facto deles se terem calado perante dados que antes eram motivo de vestes rasgadas porque os números eram falsos, diziam eles. Mas agora, já nada é discutível, já nada por eles é escrutinado, nem sequer contrapõem com leituras enviesadas nem fazem acusações de que os governantes são mágicos.

Agora, sinto que a muito custo, perceberam que os números não mentem e representam fielmente a realidade da Região.

Os dados a que me refiro são os dados de 2020 relativos ao desemprego na nossa Região: temos a mais baixa taxa de desemprego desde 2008 e reduzimos em 24,1% comparativamente a 2019. Isso tudo, enquanto aumentamos a população ativa. Significa que conseguimos maior número de criação de emprego do que o número de pessoas que vão estando disponíveis para o mercado de trabalho.

Os dados são claros: no ano de 2020, comparativamente a 2019 e mesmo com todas as circunstâncias negativas, houve aumento de pessoas com capacidade de trabalho, houve aumento de pessoas empregadas, houve diminuição de pessoas inativas e houve diminuição de pessoas desempregadas na nossa Região. E não vale a pena dizer que os números dos programas de inserção socioprofissional escondem a realidade porque estes também estão a diminuir há muito tempo.

Concluindo esta minha leitura dos fatos, acho estranho que os mesmos de sempre se calem perante tamanha conquista da economia açoriana naquele que foi porventura o pior ano de sempre da nossa história. Calam-se perante a capacidade que a anterior governação do PS, apesar de tudo, teve em conseguir manter estabilidade nas famílias açorianas ao mesmo tempo que apoiava as empresas.

Mas, tudo pode mudar. Este governo de coligação aprovou medidas de apoio às empresas permitindo que elas possam despedir. Oxalá me engane, mas temo que esta evolução positiva dos dados do emprego possa ser efetivamente interrompida.

É que ainda temos mais de seis mil e quinhentas pessoas desempregadas na nossa região e que merecem toda a atenção de quem nos governa.

(Crónica escrita para Rádio)