A cada dia que passa, a governação açoriana vai-se tornando mais turva, isto é, menos transparente e mais escondida dos olhos da população.
Ora é, por exemplo, uma notícia que dá conta de que as conclusões dos Conselhos do Governo passam a ser (apenas) publicadas em Jornal Oficial (online), deixando de ser realizadas as conferências de imprensa e emitidos os comunicados que davam conta a todos os cidadãos das decisões tomadas; ora é o Plano de Vacinação, que ninguém ainda conseguiu perceber muito bem onde começa e acaba, quem tem prioridade e quem não tem, como se está a desenvolver, entre outros aspetos, apesar dos esclarecimentos publicados no Facebook da Direção Regional de Saúde.
A um Governo transparente exige-se que divulgue, informe e esclareça, de forma rigorosa, todos os cidadãos, sobre as tomadas de decisão na condução dos destinos da Região, que se querem isentas de pressões, influências ou interesses de terceiros.
Não é isto, infelizmente, o que se passa nos Açores, desde há cento e poucos dias a esta parte. Não é suficiente uma página de Facebook do Governo dos Açores ou uma conta no Instagram, mais umas aparições à quinta-feira do Secretário Regional da Saúde e Desporto, para atualizar a informação no que à pandemia diz respeito.
Sendo importantes, não chegam.
Bem sei que os dias que vivemos são difíceis, que estamos há quase um ano confrontados com a pandemia, mas o que está a parecer é que juntaram pouca água limpa ao cimento e abusaram do fermento, resultando em nada de concreto.
Lêveda, é certo, mas turva. Muito turva esta governação.