Opinião

Coesão?

Menos de seis meses e, aqui e ali, já se ouvem rumores de mal-estar. A geometria variável de uma solução governativa assente no consenso de cinco forças partidárias é um exercício que, não raras vezes, exigirá dos seus líderes contorcionismo e malabarismo dignos de arte circense. Seja como for, tempos de excecionais dificuldades recomendam estabilidade, inteligência estratégica, coesão e coragem política. São, por isso, preocupantes os sinais que evidenciam uma desnecessária disputa de vaidades a envolver, em polos opostos, as áreas tuteladas pelo vice-presidente, pelo secretário da saúde e pelo homem-forte das finanças. Isto, sem esquecer a inexistência política no Turismo, Transportes e Energia. Oxalá o debate e a subsequente aprovação do Plano e Orçamento possam ajudar a dissipar dúvidas e fazer com que cada um se concentre na imensa tarefa que tem pela frente, sem perder demasiado tempo com obsessivas preocupações, intrigas palacianas e manifestas “facadas nas costas”.