1) Na passada quinta-feira realizou-se a mais recente conferência de imprensa a propósito do combate à Pandemia provocada pela COVID-19 na Região, desta feita, protagonizada apenas e só pelo Secretário Regional da Saúde e Desporto.
Na referida conferência de imprensa foi possível verificar que mais depressa do que os esclarecimentos relativamente às situações denunciadas no início deste ano relativamente ao processo de vacinação nos lares e de cuja correspondência trocada o Governo diz que não pode partilhar pela confidencialidade dos dados... depois das comparações intelectualmente desonestas com taxas de mortalidade, com o Chile, Bermuda e Lisboa... depois das críticas a quem se expressa nas redes sociais ou em artigos de opinião... depois da censura aos órgãos de comunicação social, surgiu de forma expedita através do Sr. Secretário Regional uma acusação velada, prontamente repudiada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e não subscrita pela Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada.
Uma acusação do que o Sr. Secretário Regional da Saúde e Desporto designou por "terrorismo", dando continuidade à sua ideia de que está tudo contra.
Para além disso, na referida conferência ficou-se a saber que será criado mais um cargo para o combate à Pandemia. Será nomeado um especialista "com experiência internacional" para ficar responsável pelo processo logístico da vacinação.
Não obstante os três elementos que compõem a Comissão Especial de Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia por COVID-19, cujas competências incluem a preparação do plano de vacinação regional contra o vírus SARS-C0V-2 e que estes três elementos no seu conjunto possuem remunerações mensais que ascendem a cerca de 15 mil euros, para além das competências da Direção Regional da Saúde e da Autoridade de Saúde Regional a que se pode e deve juntar as competências e os meios do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros, será nomeado, esta semana, mais um elemento.
Justificação? Muitas vacinas...
Tudo isto é incompreensível.
2) No dia de hoje, a Secretária Regional das Obras Públicas e Comunicações estará presente numa cerimónia de assinatura do auto de consignação da empreitada de alargamento e melhoramento da drenagem na Estrada Regional 1-1.ª, na freguesia das Quatro Ribeiras.
Representando um investimento de cerca de 140 mil euros e que previa criar condições de encaminhamento das águas pluviais, através de órgãos de drenagem superficiais e infra via, até à linha de água mais próxima, a cerca de 75 metros, melhorando significativamente as condições de segurança e conforto na referida zona, é necessário recordar que o contrato desta empreitada foi assinado no final de setembro do ano passado.
Depois da trapalhada apresentada na proposta de Plano para 2021 relativamente à intervenção e planificação dos caudais das ribeiras da ilha Terceira e de se colocar em causa um projeto importante para a ilha como o da construção do Centro de Interpretação Ambiental do Algar do Carvão, em que se evidenciou a falta de substância deste Governo, desta feita, a Secretaria Regional das Obras Públicas e Comunicações irá, previsivelmente, fazer com "pompa e circunstância" o anúncio de uma obra, publicitando-a como uma novidade, procurando "enevoar" o atraso verificado considerando a data de adjudicação da mesma e o tempo que demorou a iniciar.
3) Estratégia semelhante foi utilizada esta segunda-feira relativamente ao transporte aéreo e reativação de operações turísticas para a ilha Terceira, provenientes dos Estados Unidos e do Canadá.
O que foi anunciado mais não foi do que a continuidade das ligações existentes para a ilha Terceira em março de 2020 e que foram suspensas devido à Pandemia provocada pela COVID-19.
Compreende-se o motivo. Há que procurar mostrar trabalho, sobretudo, depois do quid pro quo (lembrando o latim do Presidente do Governo Regional) relativamente às Obrigações de Serviço Público do transporte aéreo inter-ilhas entre 2021 e 2026.
E sobre ligações aéreas aguardam-se mais pormenores relativamente ao planeado pela SATA no que concerne a novas operações para Londres e Paris, por exemplo, e as ligações a São Miguel.
Serão contas de outro Rosário?
4) Assinala-se hoje o Dia Internacional do Enfermeiro. Criado pelo Conselho Internacional dos Enfermeiros, o dia foi escolhido pelo facto de remeter para o aniversário de Florence Nightingale, considerada a fundadora da Enfermagem moderna.
Para 2021 o Conselho Internacional dos Enfermeiros definiu como tema - Enfermeiros: Uma Voz para Liderar - com o subtema "Uma Visão para o Futuro dos Cuidados de Saúde".
A Pandemia provocada pela COVID-19 expôs as debilidades dos sistemas de saúde a nível mundial e evidenciou o papel essencial que os Enfermeiros desempenham nos mesmos.
No extraordinário empenho e coragem dos Enfermeiros num momento de incrível pressão para a classe profissional, a par de uma inevitável perturbação e alteração profunda na prestação de cuidados de saúde à população, poderá residir a oportunidade de um novo recomeço, no qual os responsáveis do Conselho Internacional dos Enfermeiros, focando-se nas mudanças e inovações ocorridas na Enfermagem ao longo dos últimos anos, depositam a sua confiança, no sentido de implementar uma nova visão para os cuidados de saúde, geradora de novas políticas, que encetem um novo caminho para uma mudança que molde o nosso futuro e explore novos modelos de cuidados nos quais os Enfermeiros sejam indubitavelmente estruturais nos sistemas de saúde.
Esses sim, merecem todo o agradecimento e reconhecimento e não como na ideia do Secretário Regional da Saúde e Desporto, quando na passada quinta-feira afirmou que o governo tem tido um trabalho inexcedível, "um trabalho que os Açorianos nunca terão a oportunidade de agradecer".
Este Governo o que faz é acenar com 25 mil euros para criar um grupo de trabalho no que concerne ao Enfermeiro de Família...
Relembrando Florence Nightingale: "Acho que os sentimentos se perdem nas palavras. Todos deveriam ser transformados em ações, em ações que tragam resultados".
O Governo Regional tem sido acusado pela população de desnorte. Praticamente seis meses decorridos, mais depressa que críticas, censuras e acusações é necessário que se governe, que se apresentem ações que tragam resultados.