Vivem-se tempos esquisitos nos Açores.
Se “os de dentro” se pronunciam sobre aspetos gerais do exercício da governação, ou mais específicos, no que respeita à coligação montada pós 25 de outubro, são aconselhados a estar calados e gratos por terem conseguido voltar a ser poder, entre outros conselhos, que me escusarei a repetir.
Se “os de fora” (sobretudo o PS) falam, propõem ou contribuem com alguma ideia, medida ou crítica fazem-no (dizem alguns) porque estão azedados, porque ainda não encontraram o seu lugar na oposição, porque (esta é a minha preferida) ainda não perceberam que perderam as eleições…
É uma pena que assim seja, mas tem sido assim. Com “os de dentro” e com “os de fora”. Basta ver o que se passou nas reações a intervenções públicas de figuras de destaque do PSD/Açores ou ouvir a reação do Secretário Regional da Saúde e Desporto às declarações do Presidente do PS/Açores sobre a necessidade do reforço da vacinação (também) em São Miguel.
É óbvio que o Secretário Regional da Saúde e Desporto ficou incomodado com o que disse o Presidente do PS/Açores sobre a necessidade de reforçar a vacinação (também) na ilha de São Miguel, mas não devia ter ficado. Não devia, porque se trata de fazer o que for preciso para combater a pandemia (e tudo o que ela implica) e não devia, sobretudo, porque o que (não) disse significa que se demite de esclarecer os cidadãos sobre as razões que o levam a deixar São Miguel de fora de uma ação de reforço de vacinação.
No momento em que escrevo estas linhas, a Região tem 312 casos positivos. 1 no Faial e 311 em São Miguel. O reforço da vacinação em São Miguel é uma necessidade? Evidentemente!