Nos últimos meses vários têm sido os votos de congratulação a atletas e clubes desportivos regionais pelos feitos alcançados dentro e além-fronteiras.
Na semana passada, na Assembleia Legislativa Regional, foram apresentados e aprovados por unanimidade votos de congratulação a atletas do Grupo Desportivo do Centro Social do Juncal e a atletas do Clube Desportivo da Associação Cristã da Mocidade, ambos da ilha Terceira.
No caso das primeiras, Júlia Leal, Letícia Charamba, Caetana Soares e Carolina Pereira, por se terem sagrado campeãs nacionais de ténis de mesa no escalão de sub-12.
No caso dos segundos, Ana Margarida Filipe e Carlos Lima, por terem alcançado seis medalhas de entre as 29 conquistadas por Portugal na 13.ª edição do Campeonato do Mundo de Atletismo VIRTUS.
Já em maio idêntica iniciativa foi apresentada e aprovada relativamente ao Santa Clara pelo desempenho na época futebolística 2020/ 21 que culminou com a qualificação para as competições europeias e a melhor classificação de sempre na I Liga.
Estes votos sucedem-se a muitos outros ao longo dos últimos anos.
A Gala do Desporto Açoriano, realizada desde 2002, tem sido um evento onde igualmente se procura congratular e premiar os melhores e o que de melhor se faz no desporto Açoriano, para além de ter e ser também, uma montra que tem e evidencia a evolução significativamente positiva desta área ao longo dos últimos anos.
Desde o aumento do número de clubes com atividades competitivas regulares, o aumento do número de atletas federados, o aumento do número de equipas em competições nacionais, o aumento do número de atletas do género feminino, o aumento do número de treinadores e de árbitros detentores de um nível de qualificação superior, a crescente participação de equipas e atletas regionais em provas internacionais, bem como a chamada de muitos destes últimos às seleções nacionais, passando pelo aumento da atividade dos escalões de formação, o desenvolvimento das Escolinhas do Desporto, os apoios atribuídos às associações das diferentes modalidades na frequência e organização de ações de formação, na modernização e apetrechamento do movimento associativo, na aquisição de meios informáticos, de apoio clínico, de apoio ao treino ou na aquisição de veículos de transporte, até ao investimento em infraestruturas desportivas (propriedade do Governo ou não) em articulação com clubes, associações e autarquias, a face do desporto Açoriano é atualmente bastante diferente comparativamente com décadas atrás.
E se a atletas, clubes e associações devemos estar extremamente gratos considero que devemos igualmente estar a uma pessoa em particular e a uma equipa: a António Gomes e aos elementos da Direção Regional do Desporto.
António Gomes não será de todo um nome desconhecido de todos aqueles que se interessam pelo desporto Açoriano.
Intrinsecamente ligado à atividade desportiva nos Açores há cerca de 30 anos, António Gomes assumiu as funções de Diretor Regional do Desporto em 2009 tendo cessado no final de 2020.
Sem querer escalpelizar o seu currículo, é sobretudo relevante e importante dar nota do profissionalismo, conhecimento e experiência na área.
Disso mesmo tive oportunidade de conhecer pessoalmente no ano transato a propósito do contexto pandémico vivido.
Como costumo dizer, até que o Alzheimer se lembre de mim, tão depressa não esquecerei o primeiro contacto, quer com o António Gomes, quer com os elementos da Direção Regional do Desporto.
Como referi, o profissionalismo, o conhecimento e experiência na área foram desde logo notórios.
Desde os "mais pequenos" clubes, associações e atletas até aos "maiores", existe uma consciência inolvidável de tudo e todos.
Mas o que mais se evidenciou foi o orgulho.
O orgulho pelo trabalho desenvolvido, pelo percurso trilhado, pelos resultados alcançados.
Após uma breve apresentação à estrutura, fui brindado com a "sala dos troféus" e, com os mesmos, a história. A história destes e, com estes, do Desporto Açoriano.
A apresentação e a conversa flui e de longe se torna maçadora. Pelo contrário: envolve.
E é isso que dá gosto.
Ainda para mais quando falamos de pessoas que andam de costas voltadas com o protagonismo. Este último é coisa que maioria das vezes não os assiste.
E é por isso que é necessário reconhecer e atribuir mérito.
No ano em que se assinalam as 20 edições da Gala do Desporto Açoriano considero que é mais que justo e meritório o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido por António Gomes e pelos elementos da Direção Regional do Desporto.
António
A ti e todos aqueles que contigo trabalharam em prol do Desporto nos Açores o meu profundo e sincero obrigado.
Tê-lo-á dito em tempos Jean-Paul Sartre: "Não fazemos aquilo que queremos, no entanto, somos responsáveis por aquilo que somos".
Bem Hajam.