Nestes dias de junho, em que o verão começa a interpelar-nos a desligar os “fusíveis” e desfrutar do calor, mas em que ainda não é possível fazê-lo, dou por mim a pensar no que se tem passado e no que ainda se vai passar.
Sabes, são tantos os sacrifícios que têm sido pedidos aos açorianos e tantos os apelos feitos, por vários intervenientes políticos, e não só, para que as pessoas cumpram as regras e estejam atentas aos sintomas, que aquelas imagens do Secretário Regional da Agricultura e do Diretor Regional da Cultura, em grande convívio na ilha Terceira, na semana passada, me incomodaram. Aquilo não foi por desconhecimento. Não! Foi aquela arroganciazinha que dá a alguns, que se acham superiores a outros. Foi – está claro – lamentável e triste.
Vendo as imagens, não pude deixar de me lembrar da Cultura, dos seus agentes, artistas, técnicos, entre tantos outros, que dão vida aos lugares, que nos enchem de ânimo e de alegria, que nos dão forças… Estão parados há demasiado tempo. Muitos à espera de ver publicados os resultados de apoios devidos, de ver assinados contratos, de ver reabrir espaços fechados…
Enquanto tudo isto (não) acontece, a Direção Regional da Cultura esconde-se em pequenas atividades, como se fosse uma qualquer entidade de paróquia (sem ofensa para as reais), que organiza demonstrações de tiros ao arco e oficinas de bailaricos. Visto daqui, penso que, por maior que seja a tentação, a transformação não vai chegar a acontecer…
De modo que, querido mês de junho, vamos assim. Sebastião da Gama escreveu que “Pelo sonho é que vamos”. Eu digo-te: pelo sonho vamos, mas sem responsabilidade e empenho não há sonho que nos valha. Sejamos realistas.
Um abraço da terra do ananás.