Opinião

Fogo amigo

Esta semana, o líder parlamentar da coligação desferiu um golpe fatal no, ainda, Secretário Regional do Turismo, Transportes e Energia. Em plena audição na Comissão Parlamentar de Economia, Paulo Estêvão “atirou” Mota Borges pela borda fora do Governo. Não deixa, aliás, de ser curioso o modo como tudo se processa perante a flagrante ausência de liderança do chefe do Executivo. Já não é suficiente ter um deputado a anunciar uma remodelação e a redução do elenco governativo. Já não basta os membros do Governo trabalharem, com uma espada sobre a cabeça, sabendo que têm os seus dias contados. Agora, é um governante que se vê sob “fogo amigo” no parlamento. Estêvão sabe (todos sabem) que Mota Borges está a prazo. Só não se percebe porque razão o Secretário Regional se sujeita ao embaraço de um linchamento político.  Tudo perante a total passividade do Presidente do Governo que, pelos vistos, não se importa de ir queimando em lume brando os membros da sua equipa. Quem disse que a autoproclamada humildade rimava com solidariedade?