Opinião

No continente…

Finalmente, dois meses após as eleições legislativas nacionais, está instalada a nova Assembleia da República e está empossado o novo Governo da República.

Sobre a Assembleia da República confesso-vos que estou muito curioso em ver o seu funcionamento dada a sua atual configuração.

À direita, o crescimento de novos partidos, a saída de um partido histórico e a indefinição do PSD, alteram por completo este espectro político no País e trazem uma maior interferência de perspetivas e valores económicos e sociais que, chocando por completo com o percurso que o País e a Europa têm feito, merecem toda a atenção até porque já mostraram que facilmente ultrapassam os limites do aceitável.

À esquerda também desapareceu um partido histórico mas, ao contrário do que aconteceu no lado oposto, diminuiu a expressão dos partidos mais extremos cabendo ao PS, depois do aumento da confiança dos portugueses, a responsabilidade maior da defesa do percurso que se iniciou em 2015 e que mostrou que um caminho à esquerda foi a melhor solução de retoma para uma crise de escala mundial, nunca devendo esquecer que uma maioria absoluta não o deve impedir de fomentar o diálogo e a concertação.

Relativamente ao Governo, António Costa fez o que disse e formou um Governo mais pequeno e mais político como eu acho que devem ser. Pessoalmente, valorizo muito uma verdadeira ação política feita por pessoas com pensamento político e altamente focadas no exercício destas funções em prol da comunidade e muito sinceramente, pelos nomes apresentados, fazendo a devida ressalva de que as avaliações devem ser feitas no fim, atrevo-me a dizer que este é o melhor Governo que podíamos ter neste momento. Um Governo com pessoas de reconhecidas qualidades, bem preparadas e muito capazes de ultrapassar da melhor forma os novos desafios que vamos enfrentar.

Depois da instabilidade criada, acho que agora temos todos os ingredientes para termos quatro anos de estabilidade política e conseguirmos assim uma maior e melhor estabilidade no nosso País.

  

(Crónica escrita para Rádio)