Opinião

"O renascer das glórias!" - De volta às bancas

Isto agora é que vai ser! Ele é vê-las, pululantes, essas carinhas mais larocas de um elenco governativo verdadeiramente refrescado. Quais verdes campos quais quê! É que nem mesmo os tais, nem mesmo, esses míticos e mais floridos da eterna cor do limão que, em tempo algum, deixarão cair em esquecimento um verdadeiro amor do coração. Novas e vanguardistas ideias fervilham, já escaldam nas mãos, trancadas que estavam, à séculos e séculos, na exasperante espera do inevitável dia - o dia do incontornável destino algures preparado para as compreender. E eis-nos chegados, enfim. O tal dia, afinal! Qual bola colorida, livre e saltitante de entusiasmo pelo mais vibrante pátio de crianças.

Brincando, obviamente, estou eu, mas, muito honestamente, acho que percebi mesmo a lógica, Sr. Presidente. Não leve a mal a brincadeira. A lógica, em abono da verdade, faz até o seu sentido, sim senhor. Ora vejamos. O governo não mais pode falhar! É ponto assente. Todos cientes disto, certo?! É como se, a partir de agora, tivesse pela frente a disputa de um jogo do tudo ou nada, um jogo que a nova (!) equipa coligada (até estou vendo, ei-la entrando, relvado adentro, meia alva, esticadinha, meio da coxa...) tem mesmo que vencer e, preferencialmente, por muitos golos a zero. E então, opção que nenhum treinador top renegaria, a melhor tática de todas - visão do Sr. Presidente - é mesmo jogar só e apenas com avançados, só e apenas, repito, porque nada como compreender que quantos mais avançados se jogar mais golos se farão. E já agora, com muitos e dos mais bem preparados pontas de lança, certificados (condecorados, mas é!) para que nulas sejam as hipóteses do desastre. Antigas glórias, preferencialmente. É bem mais seguro. Um Chalana, um Gomes, um Manuel Fernandes, sei lá, tantos e tantos ainda muito capazes de demonstrar o porquê do seu nome engrandecido, com provas mais do que dadas. A lamentar, apenas, aqueles que, no banco de suplementes, aguardam a mais que merecida nova oportunidade. Esta parte é que não. Um ex-presidente do governo regional, ali sentado, esquecido, despojado, seja ele deste ou até de outro arquipélago regional!? Não pode ser. O Dr. Alberto João Jardim estaria pronto a ajudar lá na frente, tenho a certeza disso!... O Dr. Mota Amaral daria, com toda a certeza, também uma perninha, é que não tenham a mínima dúvida!... E, bem conversadinho, bem conversadinho, quem sabe até um nome bem mais sonante, aquém e além-fronteiras falando, uma aquisição talvez um pouquinho mais dispendiosa, é certo, mas não estaria também ele, o próprio, disponível para ajudar nesta importante missão?! - o sempre eterno Dr. Aníbal Cavaco Silva. Ah, não tentaram!... É que nem se lembraram!... Pois é!... Talvez pudessem ter sido um pouquinho mais ambiciosos, só isso, hum?!... Da minha parte, eu cá estou bastante tranquilo. Há já muitos anos que tenho a caderneta completa, o que, desde logo, poderá ser visto como algo de bastante positivo quanto às escolhas. Para mim está fácil. Tenho só que revirar, já não sei onde a guardei, e depois fazer umas ligeiras troquinhas de lugares, descolar com muito cuidadinho, única preocupação a ter, não vá um pequenino rasgão redundar num enorme desastre lesa-pátria.