Há segundos pontuados de silêncio que parecem uma eternidade.
Em que o baque da dor infligida nos atinge e naquele nanossegundo sentimos, sabemos, que nada será como dantes. A vida em suspenso. O desconhecido. O ditar de incertezas que se seguem.
Foi assim para muitos quando, em 2020, a pandemia COVID-19 chegava também até nós. Desde o primeiro caso nos Açores passaram cerca de 2 anos e 9 meses.
Agora, a dias de entrar em 2023, parece que foi noutra vida. Numa outra dimensão. Um filme a preto e branco onde os arco-íris desenhados pelas crianças davam alento, davam esperança.
2020, o ano da pandemia, dos planos de contingência, céleres e imediatos, da afetação de recursos e mobilização de equipas, quer no serviço regional de saúde, quer nas demais instituições públicas e privadas para combate ao COVID-19.
Um ano de crise sanitária com repercussões nas cadeias de abastecimento e que obrigaram à tomada de decisões difíceis e incomodas, ancoradas no dever e no sentido de Estado de proteger o bem comum, a causa pública.
Um ano mau para todos, famílias e empresas, a que o Governo Regional de então soube responder em tempo útil com medidas de apoio adequadas, como por exemplo o lay-off simplificado para conter os despedimentos dos trabalhadores por conta de outrem.
2020 o ano em que a solidariedade, a responsabilidade e sacrifício uniram toda a população e foram vencendo apesar das muitas perdas e ameaças. Da solidão dentro e fora de portas.
2021, foi marcado pelo impacto da crise pandémica no agravamento da desigualdade de rendimentos e na perda de rendimentos de uma grande parte da população, afetando sobretudo os mais vulneráveis. Um ano marcado pelas dificuldades de retoma, do regresso à normalidade, apesar do abrandamento de constrangimentos imprimidos pela pandemia.
2022, fica marcado pela invasão da Ucrânia pela Rússia e consequentes impactos económicos, ambientais e sociais na Europa e no mundo. O emergir de uma guerra na Europa que reaviva fantasmas e atenta contra os direitos humanos e liberdades. Que condiciona a disponibilidade de bens, em especial, os energéticos e agrícolas em toda a Europa.
Em 2022, com a retoma económica, não assistimos a uma perda de rendimentos por parte da população, mas sim a uma perda de poder de compra que atinge quer a população em emprego, quer a população sem emprego. E, portanto, a degradação das condições de vida afeta sobretudo a privação material e social.
Espera-se, portanto, para 2023 o agravar de uma crise sem precedentes, avolumada pelos efeitos e consequências dos últimos 3 anos. Uma crise que já se sente pelo aumento do custo da habitação, do preço da energia e combustíveis e pelo aumento generalizado dos preços no consumidor que implicam novos constrangimentos e dificuldades para o orçamento das famílias e que colocam em risco a sustentabilidade de muitos setores empresariais.
Uma crise severa que é notícia todos os dias. Uma crise factual que exige respostas. Atuação pronta e imediata. Medidas urgentes de apoio às famílias e às empresas Açorianas. E, apesar disso, os interesses político-partidários da coligação falam mais alto que a defesa dos interesses e da preservação do bem-estar e sustentabilidade das famílias e empresas Açorianas. A sobrevivência e interesses de um Governo periclitante a sobrepor-se às necessidades dos Açorianos e a chumbar o pacote de medidas, no montante de 50 milhões de Euros, apresentado pelo Partido Socialista.
E assim termina 2022.
Em 2023 continuaremos a lutar pelos Açores, a apresentar propostas e iniciativas.
A fazer caminho para que os Açorianos não fiquem para trás.
A Todas e a Todos os Açorianos um Bom Ano de 2023!