Não são poucas as vezes que a constatação de que uma sociedade mais e melhor desenvolvida está intrinsecamente ligada com o ensino e com a valorização que se lhe dá.
Para mim, também é um facto, que nas últimas décadas nos Açores fez-se um enorme percurso de valorização da educação, quer nas infraestruturas quer no reconhecimento de que a nossa evolução depende muito do desenvolvimento dos nossos recursos humanos.
Para esse percurso, não tenho dúvida nenhuma, de que o Ensino Profissional foi e continua a ser uma enorme alavanca para o aumento dos níveis de escolaridade nos Açores sendo ainda grande promotor da especialização de jovens em áreas que porventura são as mais necessárias para o desenvolvimento e para o crescimento das nossas organizações e empresas.
É por tudo isso que as Escolas Profissionais devem ser efetivamente reconhecidas. A sua importância na nossa vida enquanto sociedade deve ser acarinhada e acompanhada sem meias medidas. Mas, não é isso que temos vindo a assistir nos últimos meses. Apesar deste assunto ter tido maior destaque público nos últimos dias com o encerramento de um destes estabelecimentos de ensino, há meses que era previsível que algo mau ia acontecer.
Todos sabiam que vinha aí mais uma transição do quadro comunitário, que isso traz sempre uma espécie de “vazio” no financiamento ao ensino profissional e o atual Governo Regional não foi capaz, à semelhança de Governos anteriores em outras transições de quadros comunitários, de acautelar o regular funcionamento destas instituições com consequências irreparáveis como é do conhecimento público.
Na minha opinião, estamos perante mais um caso de péssima gestão política numa área que deveria ser prioritária, mas que foi tratada com ligeireza. Apesar de inúmeros avisos, estamos perante um desrespeito por parte deste Governo a instituições de ensino que muito dão aos jovens e muito contribuem para uns Açores melhores.
(Crónica escrita para Rádio)