Na passada 6.ª feira, o Governo Regional dos Açores promoveu uma conferência de imprensa para apresentar medidas de combate à inflação. Porém, o que aconteceu foi um momento de autoelogio à boa maneira narcisista, ignorando tudo o que tem vindo a ser dito e proposto. Mais uma vez, optaram por não ligar aos alertas e apelos, atirar-se para a frente e marchar como o soldado, que apesar de descoordenado, se acha o melhor da parada.
Se não fosse sério dava um bom sketch cómico: Presidente do Governo, Vice-Presidente do Governo e Secretário Regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública - numa 6.ª feira de manhã – promovem uma conferência de imprensa para dizer que (quase tudo) o que tinham acabado de anunciar já estava em execução e o que não estava, estava quase, quase…
As famílias açorianas esperam há meses pelo cumprimento de uma promessa feita sobre o sistema de apoio ao aumento de juros no crédito à habitação. Agora, o Presidente do Governo diz que estará, mas ainda não está, e que será no primeiro trimestre de 2023. Janeiro está quase fora, fevereiro só tem 28 dias, veremos março…
De um Governo espera-se que aja; que ponha “pés a caminho” pelo seu Povo; que não aproveite as luzes da ribalta mediática para atirar farpas e farpinhas aos governos anteriores; que tenha noção; que perceba as dificuldades das pessoas; que não fique, nem se mostre (completamente) alheado da realidade e procure fugir das suas responsabilidades.
Por esta, francamente, não esperava.
Três ilustres membros do Governo Regional dos Açores, em pleno Palácio da Conceição, no largo 2 de março, muito bem-postos, numa “6.ª feira 13”, num Ano Novo, a apresentar (afinal) uma mão-cheia de nada.
Nas entrelinhas do que disseram ficou (perfeitamente) claro que temos um Governo esgotado e sem ideias. Falta-lhe engenho, arte, criatividade e capacidade.
Poucochinho.