Sendo eu um filho de, caraterística cunhada, salvo seja, nas páginas deste diário e que resulta da redução do sujeito à condição de familiar, tenho uma natural benevolência com quem surge no voraz ciclo mediático como a mulher, o irmão e a cunhada de, pois conheço a crueldade da abstração.
Atirada a pedra à minha cabeça, dispensando o leitor de o fazer, importa referir que a benevolência que podia ter levado à criação da Assoc. dos Lesados Familiar De, quando racionalizada, impele-me, em sentido contrário, à destrinçadas situações, já que os casos não são todos iguais e nem sempre se justifica a ladainha, não pode ser beneficiado, mas também não pode ser prejudicado por ser familiar.
A vitimização do familiar como técnica de contra-ataque roça muitas vezes a indignidade. Numa terra em que a pergunta quem és se faz utilizando a fórmula tu de quem és, quem exerce funções públicas deve ter casca grossa, humor (vem aí o carnaval) e capacidade de encaixe, para não padecer de tendinite epistolar, o que é um problema de saúde.
Vem isto a propósito da nomeação (e abdicação) da mulher do Secretário da Agricultura para Diretora numa Direção Regional por ele tutelada que gerou indignação alicerçada na regularidade do concurso, o que nem é o problema.
Ética republicana à parte, que há para todos os gostos e "para gustos los colores", o problema principal são os impedimentos, evidenciado na nomeação ser assinada pelo PGR, pois o Secretário passava a não poder intervir no recurso de decisões em que o cônjuge tivesse tido intervenção, ipsis verbis para o irmão de.
Deste modo o PGR além do diálogo exclusivo com Jorge Rita teria de cumular a tutela das Direções Regionais nos impedimentos, o que já era demais!
Quanto à cunhada de, por benevolência, que salva seja.