Por estes dias tive de deslocar-me ao Continente e tive grande curiosidade em tentar perceber se os temas que mais surgem nas conversas são mesmo aqueles que têm tido maior destaque na comunicação social nacional. Sem surpresa percebi que ou o assunto tem destaque, ou não é assunto sequer.
Logo, lembrei-me de um slogan publicitário utilizado por um canal televisivo que dizia assim: “De notícias se faz o mundo”. Na altura fez-me grande confusão e refutando a ideia fui logo dizendo que o mundo se faz é de pessoas porque sem pessoas não há notícia. Na altura pareceu-me lógico e ainda me parece, mas facilmente se percebe que o peso das notícias nas pessoas é enorme.
Resumindo, não se fala de outra coisa senão nos temas que os órgãos de comunicação social destacam diariamente.
Sobre os custos das Jornadas Mundiais da Juventude, há uma divisão clara e como sempre nestas coisas as divisões surgem quando as coisas já estão a ser executadas. Enquanto português, mesmo que não fosse católico, quando me falam de um evento para um milhão de pessoas, que representa os valores que representa, e com um retorno económico que pode ultrapassar os trezentos milhões de euros em seis dias eu fico contente.
Outros assuntos que merecem destaque nos temas de conversa são as situações que têm ocorrido no Governo da República. Naturalmente há descontentamento com alguns acontecimentos, mas curiosamente senti que a importância que lhes dão não é igual entre eles. Na minha opinião, para que saibam, só desejo que o Primeiro-Ministro mantenha a capacidade de mudar o que é preciso mudar sempre que seja preciso mudar porque o que continua a importar é governar com estabilidade. Ou seja, que não aconteça no Continente o mesmo que aconteceu nos Açores.
(Crónica escrita para Rádio)