No mês de julho do ano passado, os pais das crianças do Jardim de Infância “O Balão” foram surpreendidos com a decisão do vice-presidente do governo de passar as crianças de 3, 4 e 5 anos para a escola Básica e Secundária da Graciosa. No final, as crianças de 3 anos acabaram por não sair, mais por falta de condições nas escolas do que por falta de vontade daquele governante.
Essa decisão foi tomada, como já foi dito e redito, de forma unilateral, ou seja, sem consultar ninguém e na altura foi dado a conhecer que outras ilhas se seguiriam.
Este ano, estava previsto avançar em S. Jorge mas, depois de lançado o alerta pelo PS local, o CDS-PP veio a público dizer que isso não ia acontecer, esclarecendo que “não foi tomada, até agora, qualquer decisão por parte do Governo Regional no sentido de transferir as crianças dos jardins de infância para as EBS das Velas e da Calheta”, acrescentando que “de momento está em causa, apenas e só, um levantamento técnico das respostas ao nível de creche e jardim de infância na ilha de São Jorge, à semelhança, aliás, do que está a ser feito noutras ilhas”.
Como se vê, um partido da coligação, o CDS-PP, mal surgiu uma celeuma sobre a transferência das crianças para as escolas oficiais, apressou-se a negar que tal iria acontecer, apontando apenas para um “levantamento técnico” que, segundo essa formação política, estaria a acontecer nas outras ilhas.
Mas, a bem da verdade e do rigor, na Graciosa não foi isso que aconteceu. O vice-presidente, com a tutela dos assuntos sociais, ordenou que se fechassem as portas do Jardim de Infância “O Balão” às crianças a partir dos 3 anos, sem o tal “levantamento técnico” que agora parece imprescindível para tomar qualquer decisão, sem manifestação de desagrado por parte do PSD da Graciosa, partido com maior representação na coligação, ao contrário do que está a acontecer em S. Jorge.
Na Graciosa, vergaram-se perante a exigência de um governante que, apesar de ter uma reduzida base de apoio, parece fazer tudo o que lhe apetece nesta ilha ao contrário de S. Jorge, ilha onde os seus próprios correligionários, colocados perante este propósito, trataram de anular os seus intentos.
Em S. Jorge impuseram-se. Na Graciosa deixaram andar. E, entretanto, parece que está tudo bem.