Opinião

Dia nosso!

Em “Açorianidade”, um texto publicado há (quase) 100 anos, Vitorino Nemésio fala-nos de “(…) apego à terra, este amor elementar que não conhece razões, mas impulsos; – e logo o sentimento de uma herança étnica que se relaciona intimamente com a grandeza do mar. (…)”
Ora aqui está: o “apego à terra”, um sentimento que parece andar meio perdido nos Açores.
Dia sim, dia não somos surpreendidos com apelos ao Presidente da República ou ao Representante da República para resolver situações nossas, desta Região Autónoma; assuntos que podem, e devem, ser solucionados, por quem nos governa e não ser atirados “borda fora”, em posturas nada convincentes, pelos mais diversos atores políticos, em busca de louros, que nada têm a ver com a palavra “Açorianidade” …
Deviam corar de vergonha nos papéis a que se têm prestado, pelo que se espera que no Dia que hoje é o nosso, ali das Lajes do Pico, terra de gente de fibra, picoenses do lado sul da ilha, não venha a ladainha de sempre.
Este Povo não merece esse baixar de braços e esse estender de mãos!
Este Povo merece um Governo que diga presente e vá adiante; que resista; que enfrente; que batalhe; que crie soluções; que ultrapasse obstáculos; que não fique acocado à espera de que venham outros fazer o que (ainda) não tiveram a capacidade, e a criatividade, de concretizar!
De modo que o que se espera, neste Dia que é nosso, Dia dos Açores, em que um pouco por todo o lado, ouviremos tocar e cantar o Hino da Região Autónoma dos Açores, é que façamos por não esquecer estes versos: “(…) Para a frente!
Em comunhão, pela nossa Autonomia.
Liberdade, justiça e razão
estão acesas no alto clarão
da bandeira que nos guia. (…).” (excerto da letra do Hino dos Açores, da autoria de Natália Correia).
Bom Dia dos Açores a todos!