É um dos “segredos de polichinelo” da época estival. Afinal, PSD, CDS e PPM não vão coligados em todos os círculos eleitorais nas próximas eleições regionais. Ou seja, vão juntos numas ilhas, noutras não, sendo que nestas últimas não disputarão votos entre si. Nesta lógica da quadratura do círculo, impera a velha tática do nem sim, nem não, com o objetivo de agradar aos críticos da coligação sem, no entanto, dar cabo dela. Críticos como o anterior Secretário das Finanças cuja entrevista a este jornal apenas confirmou tudo o que já se sabia. Ou seja, que esta coligação fracassou nos objetivos, que serviu para alimentar a sede de poder dos três aparelhos partidários, e que Bolieiro, num evidente exercício de falta de autoridade e de coragem, se deixou manietar por razões de mera sobrevivência política. Atendendo à orquestrada chuva de críticas divulgada ao longo da última semana, nem mesmo os autarcas social-democratas estão satisfeitos com este Governo. A degradação é de tal ordem que até o chefe do gabinete de uma Secretária Regional se acha no direito de ameaçar um escritor por discordâncias políticas. Será isto o novo normal?