Numa altura em que muitos jovens iniciam a navegação por mares desconhecidos é crucial a existência de faróis que os levem a bom porto em segurança e com os objetivos na bagagem. Neste caso específico, refiro-me à entrada de centenas de jovens açorianos no ensino superior. Para muitos, até ao momento, a viagem mais importante da sua vida.
No entanto, estes jovens, que vão iniciar a sua travessia num mar desconhecido, irão deparar-se com inúmeros desafios, entre os quais: a distância (para muitos deles) das suas famílias durante meses; a luta para alcançar bons resultados; e o mais difícil, muitos deles estarão a fazer contas à vida.
O custo de vida subiu para todos os portugueses, contudo, quem sente mais este aumento são os estudantes deslocados e as suas respetivas famílias. Vamos a um exemplo simples: Um estudante que tenha sido colocado na cidade de Lisboa, paga em média de renda 337 euros por mês, acresce o custo dos transportes, alimentação, material para os estudos e propinas. Não esquecendo que refiro-me à média de renda, há quem pague perto de 500 euros por mês, fazendo contas por alto, estamos a falar de valores que muitas vezes acabam por se tornar incomportáveis para grande parte das famílias. Muitos acabam por recorrer a empréstimos bancários para estudar, algo que não deveria ser necessário se existissem ferramentas suficientes para apoiarmos os jovens.
É certo que existe uma bolsa de estudo por parte do Governo Regional, sempre houve e é um instrumento fundamental para muitas famílias. Todavia, esta bolsa não é suficiente para fazer face aos custos inerentes de um estudante deslocado, é urgente criar mais apoios numa altura como esta, principalmente na habitação, sendo esta a maior despesa dos estudantes, a proposta do Partido Socialista, em conjunto com a Juventude Socialista Açores, vem exatamente neste sentido, apoiar os jovens deslocados com as despesas da habitação até ao máximo de 40% dos seus custos.
Cabe ao Governo Regional criar condições para ver estes jovens navegadores alcançarem os seus sonhos, concluírem os seus estudos e depois fixarmos estes jovens de volta na nossa região.