Opinião

Rigor

Na passada 6.ª feira, o Governo Regional publicou a lista dos apoios concedidos ao abrigo do Regime Jurídico de Apoio às Atividades Culturais. Sim, eu sei, que muito falo deste assunto nesta coluna, mas – como diria o outro – é a vida tal como ela é. E, conseguiu fazê-lo, sem grande alarido, ou seja, sem publicações pagas no Facebook ou notas de imprensa, no tal GACS, que era suposto ter sido extinto, mas afinal só mudou de nome.
Bom, mas voltando à lista, ela não só chegou tarde, evidentemente, como também chegou incompleta e com gralhas. “Não está tudo perdido”, dirão aqueles que acham, que isto agora é que está bom.
Não, não está. Às vezes, fico a pensar no que diriam muitos dos que agora estão tão calados, se – porventura – o PS, no Governo, tivesse levado mais de 1 ano para publicar os apoios aos agentes culturais dos Açores? Ou se a meio do “jogo” tivesse alterado as regras? Imaginem!
E, por falar em imaginação, tenho que confessar que aquela imagem do Presidente do Governo Regional se atirar para os braços dos açorianos, como ele próprio declarou, num dos dias, que resolveu aparecer no Parlamento, que esteve reunido toda a semana passada, na Horta, não convenceu.
Como também não foram nada convincentes as palavras do mesmo sobre Abandono Escolar Precoce e médias europeias. À primeira vista até pensei que estava a falar de baixar o teor de sal no papo-seco, tal foi a leveza. Baixar, porque não é aceitável a herança; baixar, porque queremos atingir as médias europeias; baixar, por isto e por aquilo. Como?
É pena que se fale dos assuntos com tanta falta de rigor e que esta taxa, precisamente, esta taxa seja tratada com tanta leveza e displicência. Ela que (até) abrange quase tudo.
Ora, é - por estas, e por outras, - que a tal imagem do “atirar-se para os braços dos açorianos” não convence (quase) ninguém.