Agora que a poeira assentou, julgo ser útil proceder-se a uma breve análise das eleições da Madeira - o país dos jornais lembra-se sempre das adjacências em caso de catástrofe natural... ou ópera bufa artificial.
Primo: O PS-Madeira perdeu as eleições e perdeu deputados, face ao resultado anterior. A monocolor autonomia madeirense merece com certeza um estudo... mas isso é tudo menos uma novidade. Querer centrar aqui a notícia, é fumo entorpecedor das mudanças reais.
Secundo: O PSD/M de Albuquerque oficializou a coligação de facto, que se viu obrigado a fazer há quatro anos com o CDS/PP, por não ter maioria absoluta então... Tal como agora, a direita coligada não obteve maioria parlamentar - eis a grande e nova tendência que se confirma: o PSD/Madeira, mesmo coligado, volta a não dominar o respetivo Parlamento: Isso é, na Madeira, face aos resultados históricos do PSD, uma mudança estrutural e impostergável!
Tertio: Como há muitos anos já ensinava o cientista político Maurice Duverger, quem nega e não se compromete com a velha dicotomia esquerda/direita... é obviamente de Direita! Como o Pan/Madeira, com o beneplácito de Lisboa, estava em saldos, o PSD comprovou que só dá a mão à sua Direita... quando precisa! (Sempre que precisa?)
Lastbutnot...: Em todo o processo, Montenegro desempenhou um papel para lá do patético: desde o oportunismo barato de querer cavalgar uma pretensa e estrondosa vitória que nunca seria sua, acabou sendo o primeiro a ter que justificar e a embrulhar-se com um semi-desaire que chamou para si e fez seu! Nem a caloiro se admite tanto oportunismo e tanto primarismo de análise!