Passados cerca de 18 anos, retomo a minha colaboração com este semanário, publicando crónicas onde tentarei expressar a minha visão sobre temas políticos, sobretudo aqueles de particular interesse para o Faial. Entre 2002 e 2005 publiquei vários artigos de opinião no Tribuna das Ilhas, procurando abordar vários assuntos que, na altura, considerava pertinentes, na expetativa de estimular o debate e aumentar a consciencialização sobre questões políticas relevantes. Ao apresentar argumentos fundamentados, independentemente da conotação partidária, podemos desafiar as perceções existentes, inspirar reflexões críticas e encorajar a participação dos leitores no processo democrático.
Espero que os meus artigos alcancem estes objetivos.
A minha ligação ao Partido Socialista é conhecida pela maioria dos leitores e, naturalmente, o teor dos meus artigos terá este cunho partidário, no entanto focado no progresso e desenvolvimento da ilha do Faial, tal como sempre tentei imprimir em todo o meu percurso político e enquanto faialense.
Considerando que o meu último artigo remonta ao ano de 2005, presenciámos uma série de mudanças significativas no cenário político nestes 18 anos.
Uma das principais transformações ocorreu no campo digital e da comunicação. O avanço das tecnologias da informação e das redes sociais trouxe mais poder e autonomia aos cidadãos, permitindo um maior acesso à informação e a possibilidade de se expressarem de maneira mais direta. Isso resultou num maior envolvimento com as questões políticas, num aumento significativo de movimentos sociais e protestos, fazendo com que as reivindicações populares ganhassem visibilidade e força.
Neste período, assistimos a uma crescente preocupação com questões ambientais e socioambientais. A emergência das mudanças climáticas e as questões da sustentabilidade têm gerado debates políticos, levando a pressões por políticas públicas mais efetivas na área ambiental e a maior participação dos cidadãos nesses debates.
A evolução política nos últimos 18 anos também foi marcada pela crise financeira de 2008 e pela subsequente crise económica mundial. Essas crises desencadearam uma série de reformas económicas e políticas em diversos países, assim como um crescente descontentamento da população em relação às políticas de austeridade e à desigualdade económica, incluindo Portugal.
Como consequência, temos visto, também, o crescimento de movimentos populistas que exploram o medo e a desilusão da população para proveitos políticos. Esses movimentos muitas vezes promovem discursos fracionários e intolerantes, colocando em risco a coesão social e os valores democráticos.
Localmente, as mudanças também foram muitas nestes últimos anos, por um lado com a concretização de investimentos estruturantes para o Faial e, por outro lado com o constante adiamento de outras iniciativas, fundamentais para o desenvolvimento da ilha e para o bem-estar dos faialenses.
Procurarei, em próximos artigos, aprofundar estes e outros temas.