Opinião

Orçamento 2024 II

As intervenções dos responsáveis pela atual coligação nos Açores no debate sobre o Plano e o Orçamento que decorre esta semana na Cidade da Horta, demonstram claramente, que este é um Governo incapaz de assumir que está a ser vítima das suas próprias opções.

Negam, em tudo o que dizem, que a culpa de chegarmos a esta situação é da sua inteira responsabilidade.

Esta negação, caros ouvintes, também traz graves consequências para os Açores. Esta negação é quase tão grave quanto é a instabilidade com que todos nos deparamos neste momento.

Ao analisarmos o atual contexto é importante que tenhamos em mente aqueles que foram os pressupostos para a criação da atual solução governativa. Esta solução foi apresentada como uma solução que garantia uma governação estável, seria uma governação centrada no parlamento, no diálogo e sobretudo seria um garante de estabilidade. Pois bem, é exatamente na centralidade do parlamento que os antigos parceiros dizem que o diálogo não existe e que estes documentos não estão a cumprir com aquilo que foi acordado.

Isso, caros ouvintes, não é só a minha opinião, é claramente a constatação de factos. Aliás, os motivos que os antigos parceiros de coligação têm tornado público para justificar a não aprovação destes documentos mostram de forma muito clara isto que eu acabei de dizer.

Esta solução governativa está a definhar-se exatamente pelas mesmas pessoas que a desenharam. Propositadamente? Claro que sim! Hoje, da leitura que faço de tudo o que é dito publicamente e sobretudo da forma como está a ser dito, fica para mim muito claro que a crispação, o possível chumbo deste orçamento e consequentemente o fim da atual solução governativa nos Açores foi propositadamente gerado pelo próprio Governo Regional.

 

(Crónica escrita para Rádio)