Há 3 anos, quando José Manuel Bolieiro foi indigitado Presidente do Governo, pelo Representante da República, foram divulgados por este último, pressupostos, que estavam subjacentes a essa indigitação: uma coligação de Governo formada pelo CDS/PP, o PPM e o PSD; compromissos escritos da IL e do CHEGA para apoio parlamentar estável de legislatura, que “compreende todas as decisões da competência da ALRAA de que depende o início e a continuação em funções do executivo regional, mormente, o programa do Governo, moções de censura, votos de confiança, bem como a aprovação do Orçamento da Região Autónoma.” (citamos excerto da declaração de Pedro Catarino, emitida pela RTP/A, a 6/11/2020).
Em março deste ano, quando CHEGA e IL romperam os acordos que tinham com a coligação, já Pedro Catarino e Marcelo Rebelo de Sousa se deviam ter pronunciado, é facto, talvez (até) evitando que o problema se arrastasse por mais tempo, mas não o fizeram, tendo o Presidente da República dito mesmo que aguardaria exatamente por este momento, a votação do Orçamento para 2024.
Depois de ter marcado reunião para hoje, ter desmarcado, e depois adiado para daqui a 3 dias, restará agora saber o que decidirá o Presidente da República, desfeitos que estão os pressupostos, que levaram à indigitação de Bolieiro.
Quando nas eleições de 2020, o Presidente do PS/A falava da necessidade de estabilidade, dizendo que o pior que nos podia acontecer era, no meio da tempestade, termos vários comandantes a querer conduzir o barco, todos ao mesmo tempo, agarrados ao mesmo leme, sem coordenação, disse-se de Vasco Cordeiro e dos socialistas açorianos, o que “Maomé não disse do toucinho” …
Ora, pois chegados aqui e à vista deste barco desestabilizado, cheio de água dentro, e com peixe já a pender para o não prestável, talvez fosse avisado, devolver a voz ao Povo dos Açores, marcando novas eleições!
Evidentemente.