... A Autonomia, claro. A insistência e a teimosia sempre vão fazendo o seu caminho. Ora vejamos: O Senhor Embaixador foi chamado a Belém, presume-se que para consultas. A Belém também foram os representantes dos partidos com assento parlamentar na ALRAA. Quer dizer: foram mesmo os representantes das estruturas açorianas, apesar de não haver partidos regionais. Afinal, tinham razão os proponentes da terceira revisão do Estatuto, apesar do escândalo então causado ao Presidente Cavaco e ao Tribunal Constitucional; afinal, conforme reza a Constituição, o direito de audição, e o correlativo dever, devem ser exercidos sempre!
Mas a Madre de Deus já não mora aqui - ao rumar a Belém, o Representado matou o Representante, pôs a nu a sua inutilidade e comprovou o seu anacronismo. Afinal, é outra velha ideia que vai fazendo o seu caminho, ainda que Marcelo, face à prudência do Parlamento açoriano, tenha ensaiado uma espécie de semipresidencialismo para pobres, ao arrepio do subsistema parlamentar! De resto, também os dois candidatos à liderança nacional do PS também manifestaram concordância com a extinção da figura e têm bom remédio e precioso auxiliar: a proposta de revisão constitucional autonómica, recentemente aprovada pelo nosso Parlamento...
Aliás, em maré de eleições, cá e lá, é sempre bom tempo de lembrar a cambalhota da caranguejola, que se agarrou laparosamente ao Poder e descurou, de forma absolutamente amadora, as negociações que se lhe impunham, para ter um mínimo de hipótese de ter vencimento na sua pretensão.
Para além disso, e ao nível da boa doutrina, e conforme consta dos manuais da especialidade, há sempre bobos que, à míngua de espelho, julgam ser Napoleão, usam o eu majestático e acreditam ser génios para si mesmos... Também aqui, não é fácil discernir entre criador e criatura. Até ao dia em que o veado coma o narciso!...