De há uns tempos a esta parte, o Presidente do PSD/A procura aparecer por toda a parte e, em todo o lado, como um homem só, quase providencial. Sozinho nos outdoors; só ele aparece no postal de Boas Festas; só ele tem um site de campanha; só ele tem nome e cara.
É caso para perguntar: de que tem medo o Presidente do PSD/Açores? Porque é que não assume, e mostra, que concorre às eleições de 4 de fevereiro, coligado com o CDS de Artur Lima e com o PPM de Paulo Estêvão? Porque é que a presença destes está (praticamente) escondida? Que transparência é esta?
Todos se lembram bem dos pressupostos que estiveram na base da formação do seu Governo. Tendo excomungado 3 vezes o Chega, logo o abraçou para, num acordo de coligação também com o CDS/PP e o PPM e outros acordos de incidência parlamentar garantir o apoio de todos (derrotados) em relação ao Programa de Governo e aos Orçamentos anuais.
Ora foram exatamente esses partidos todos que falharam, quando em novembro, não foi possível confirmar a tão propalada “capacidade de diálogo” e a coligação abdicou da responsabilidade de manter a estabilidade na Região e deixou que parte dos seus parceiros deixasse de a apoiar.
Agora procuram a todo o custo culpar o PS, chegando ao ridículo de afirmar que o PS abraçou o Chega. O PS manteve sempre a sua coerência e posição e não é necessário recuar às eleições de outubro de 2020 para ver o que daí para cá se passou. Ano após ano, até Bolieiro, Lima e Estêvão perderem a confiança dos seus parceiros com quem tinham acordos de incidência parlamentar. Ano após ano enredaram-se em tricas e disputas de poder.
Quando vemos Bolieiro agora em esforço redobrado para que ninguém perceba que não concorre às legislativas regionais sozinho; quando lemos nos cartazes, “O Presidente Amigo” … recordamos sempre os versos de Paulo Leminski: “retrato de lado/retrato de frente/de mim me faça/ficar diferente.”