...São os tempos que vamos vivendo. Na Ucrânia, tudo pode piorar. A contraofensiva ucraniana não produziu os resultados desejados, EUA e EU têm-se atrasado no apoio logístico-militar, e a Rússia aposta nisso. É claro que é mais fácil defender do que conquistar território, mas a Ucrânia tem que aumentar rapidamente a sua capacidade de produzir armamento, e, no melhor cenário, não se vê que, a curto prazo, a Rússia ceda 18% do território ucraniano que atualmente ocupa. A Europa tem que acelerar a ajuda económica e militar, para além da aliança política.
O reacender da guerra Israel/Hamas, após a maior matança de judeus a seguir ao Holocausto, tem levado a um extremar de posições que pode facilmente resvalar para um conflito regional aberto, numa zona estrategicamente sensível, e que envolve a liberdade de navegação e a produção e distribuição de petróleo - desviando as atenções da outra guerra e unindo o bloco emergente das ditaduras...Mas é claro que tudo pode ainda piorar, se pensarmos na guerra interna dos EUA ... Apesar do bom desempenho económico, as cavadas fraturas e radicalismo político, com a ameaça do regresso de Trump, podem pôr em causa a legalidade democrática e a separação de poderes, levando a uma política externa isolacionista, desinteressada de regular o Mundo com os valores democráticas e de pagar o respetivo policiamento, enfraquecendo a NATO e desligando-se da Europa, incluindo o apoio à Ucrânia.
As eleições para o Parlamento Europeu correm o risco de fazer subir a extrema direita, enfraquecendo o projeto europeu num tempo crítico.
Quando tudo pode piorar, é preciso reforçar a participação e as boas escolhas, em tempo de vários perigos!