Opinião

A maldade do Armando Mendes!!!

 

O Armando Mendes, ilustre chefe de redação deste jornal, fez-me uma maldade no seu artigo da passada sexta-feira.
Escreveu o Armando o seguinte: "Ou do terceirense Berto Messias, do PS, que mais uma vez procurou no plenário da Horta dar uma ajuda ao despedimento coletivo que está por fios na comunicação social açoriana, pondo um ponto final no jornalismo feito por órgãos privados nas ilhas?".
Esta afirmação e a tentativa de gerar a percepção de que eu teria defendido ou concordado com o tal "despedimento colectivo" ou com "um ponto final no jornalismo feito por órgãos privados nas ilhas" é algo que não posso deixar passar incólume.
É um escrito maldoso, que tenta gerar uma perceção que não corresponde minimamente à verdade.
Tenho muito respeito pela comunicação social privada e pública e pelo seu papel central na nossa vida coletiva, enquanto pilar fundamental do nosso regime democrático. Para mim, pôr isso em causa é semelhante a pôr em causa princípios basilares como a liberdade, a democracia, o direito à educação e à saúde. Ou seja, princípios intocáveis e inegociáveis.
Aliás, esta minha perspetiva e o que advogo sobre este tema não está circunscrito aos parágrafos de um artigo de opinião ou à retórica parlamentar político-partidária.
Foi algo que esteve no centro da minha acção enquanto Secretário Regional Adjunto da Presidência e dos Assuntos Parlamentares onde tive, também, a tutela dos apoios públicos à comunicação social, onde pudemos implementar um programa de apoios públicos com várias tipologias de apoio, com valores anualmente reforçados e que garantiram um valor significativo de apoios públicos ao sector da comunicação social privada açoriana.
E onde pudemos implementar rápida e excepcionalmente, um sistema de apoios extraordinários às empresas de comunicação social privadas durante o período da pandemia, sendo prorrogado duas vezes, que amenizou os impactos das consequências económicas e sociais do Covid-19.
Tudo o que fiz e disse sobre isto é público e está amplamente documentado.
Não quero créditos ou agradecimentos por isso. Fiz a minha obrigação.
Mas não posso ficar calado com uma afirmação que tenta dar a ideia de que eu sou ou defendo exactamente o contrário do que aquilo que advogo e que fiz quando tive responsabilidades políticas nessa área.
Em boa verdade, esta maldade tem um motivo.
No Parlamento e noutras circunstâncias eu afirmei que estamos totalmente disponíveis para debater novos modelos de apoio à comunicação social privada, com valores reforçados e novas tipologias de apoio, mas que não concordo com apoios públicos ordinários e directos aos ordenados dos jornalistas porque entendo que isso põe em causa o mais elementar princípio do jornalismo: a independência e a imparcialidade.
O Armando discorda dessa opinião. Está no seu legitimo direito.
Mas eu, só porque discordo dele neste ponto e sei que ele discorda de mim, não vou escrever aqui algo que gere percepções erradas ou maldosas sobre o Armando...