1. O OE 2025 é malsão para o País e Açores. Na habitação, não há medidas para jovens e classe média. A ameaça da revisão dos contratos de arrendamento poderá prejudicar os mais velhos e mais pobres; nas pensões, os aumentos são irrisórios com esta AD (2-3%) porque em 2024 o PS aumentou as reformas em 5%; na saúde, a tendência é para a privatização do SNS e esvaziamento desta conquista do PS; na educação volta o “eduquês de Crato” e a privatização com os contratos de associação; na fiscalidade são as borlas às grandes empresas com maiores lucros, sem nenhuma contrapartida de redistribuição de riqueza pelos trabalhadores, reinvestimento e inovação; no IRS jovem, Montenegro arrepiou face ao devaneio inconstitucional, que violava os princípios da igualdade e progressividade; o “oásis” para a classe média é uma miragem, todos vão pagar mais impostos indiretos e quando acordarem para a “consciência de classe” será a desilusão; as privatizações são “gato escondido…”; o crescimento previsto de 2,1% para 2025 e anos seguintes são menores do que todas as cifras do PS, nos últimos 8 anos. Montenegro enganou-se na campanha e montou um orçamento baseado em cenários macroeconómicos errados. Este é um mau orçamento da direita. Nunca poderia ser do PS.
2. Quanto aos Açores, parece pífio o “sonho da capitação do IVA”, os tais 150 milhões de euros em 2025. No OE 25 só estão pouco mais de 4 milhões de euros relativos ao cumprimento da LFR, como aconteceu desde 2015. A Ministra do Ambiente veio à peregrinação das promessas… No entanto, no OE 25, esfumaram-se a ampliação aeroporto da Horta, a descontaminação Base das Lajes, a cadeia de Ponta Delgada, as OSP, o subsídio de mobilidade foi adulterado, o anel de fibra ótica e as verbas para o HDES. Bolieiro é o mais fraco e o pior presidente de toda a história da Autonomia.
O OE 25 é prejudicial para aos Açores. E agora, “o carpir político” de indignação dos 8 anos PS virá a terreiro? Duvido. Certo é Bolieiro voltar às usuais fugas para a frente. Nunca decide, não resolve e empurra tudo para terceiros. A ideia peregrina do “centro hospitalar de excelência e um plano de funcionalização em progresso” (!?) ligado ao SNS é conversa gongórica inconsequente. Livrava-se do HDES/despesas na saúde com um atropelo a esta competência regional.
3. A última quinzena terminou com tiques anti-25 de Abril, como a vontade de criar “uma lei da rolha” aos jornalistas, o pré-anúncio do definhar da RTP até à irrelevância, o ciclo de mentira/verdade entre Montenegro/Ventura e a entrevista deste deputado da extrema-direita à CNN. É uma vergonha nacional e um vexame para os Açores, todas as vezes que se ouve Ventura invocar e vangloriar-se do que fizeram nos Açores com o RSI. Fiscalização aos beneficiários RSI é necessária. Contudo, o corte cego nos Açores, por razões ideológicas e subserviência à extrema-direita, aumentou a pobreza e a toxicodependência. Bolieiro só tem prejudicado, politicamente, a Região. Cá e lá, precisamos de um Novo Futuro!
