Na abertura do Congresso, Bolieiro ficou-se pelo vazio discursivo, cheio de banalidades (latinices) e mitos. Repetiu-se no final. Transparência e responsabilidade? Escondem informação como no caso da SATA. Desgovernamentalização? São os campeões das nomeações políticas. Pioraram a pobreza e a dívida, sem terem soluções. Apesar do maior envelope financeiro, Bolieiro pôs os Açores de mão estendida. Caricato e dramático seria devolver fundos a Bruxelas.
Mitos e canibalizações políticas abundaram. Dos ditos 30% da baixa do IRS, 20% foram do PS e da Lei de Finanças Regionais (LFR). Cluster espacial, o mar como desígnio e ativo dos Açores, as TIC… todos emergiram e desenvolveram-se com governos PS.
E Montenegro? Esqueceu-se dos piores governos para os Açores, de Cavaco, Durão e Passos Coelho. Quanto às suas maiorias na ALRAA e na AR, só se incluem o Chega. Uma reconfirmação. Dos 150 milhões de euros, zero! Ufanou com 15€ nas passagens, sem falar no teto de 600€ que os anula. E a LFR? Uma miragem. A única que se conhece é do PS. A segunda revisão de Passos Coelho retirou-nos verbas, no tempo em que Montenegro era líder parlamentar.
Montenegro veio aos Açores infligir uma dura derrota a Bolieiro e, sobretudo, às Autonomias.
Para os revisionistas da história e tigres de papel da autonomia, como Montenegro, ficam apenas 14 exemplos expressivos, dos Governos PS de cá e de lá, que não têm paralelo em Governos PSD: a) a LFR teve uma 1ª revisão do PS que aumentou as transferências para a Região; b) primeira baixa das tarifas aéreas Açores/Continente (Guterres/1995) em cerca de 27%; antes disso, a tarifa aérea entre Lisboa/ Ponta Delgada, custava 331 € apesar do Brent a 20 dólares; c) baixa do tarifário elétrico (25%) e estabilidade de convergência com o País, através da extensão da ERSE à Região; d) despenalização dos agricultores açorianos que excederam as suas quotas de produção de leite; e) a Região ficou fora do embargo da EU feito a Portugal aquando da BSE; f) receitas da Região geradas nos jogos de fortuna e azar; g) projeto e pagamento do cabo de fibra ótica que ligou Flores e Corvo, às outras ilhas; h) chegada do canal 1 aos Açores; i) as tarifas telefónicas interilhas passaram a preços de chamadas locais (antes nacionais); j) difusão dos canais generalistas nas 9 ilhas; l) financiamento para a reparação dos estragos das calamidades em 1997-2000; m) a Universidade dos Açores passou a poder aceder a fundos comunitários nacionais; n) grande investimento na sociedade de informação; o) regionalização das competências do Instituto Geográfico Português, a única conhecida após o início da Autonomia.
O centralismo é global. Porém, há muitas mais queixas com governos PSD. Ao contrário do frágil Boleiro, Albuquerque já desconfia do futuro e das loas autonómicas de Montenegro…