Opinião

Pobreza(s)… 2025?

1. O ano de 2024 terminou com maus indicadores de pobreza e desigualdades. Estamos a empobrecer. É o resultado da má governação. Foi um erro crasso acabar com a Estratégia Regional da Luta Contra a Pobreza. O dito paradigma sem conteúdo e a negação da pobreza são risíveis.

2.  A primeira década do PPD teve aspetos positivos face a uma Região atrasada e sem infraestruturas. A segunda década do PPD/PSD acentuou as fragilidades económicas e financeiras, a par de alguns “desvarios eleitorais” … É nesta segunda década (1985/95) que, por falar em pobreza, recordamos o jornalista João Paulo Guerra (†) que veio à Região, num grupo, a convite do então Governo Regional. O relato é dele: […]. Se alguém quis ver alguma coisa fora do programa, teve que se desenfiar […]. Nos Açores a taxa de analfabetismo da população com mais de 14 anos é de cerca de 23% […] … a miséria absoluta atinge 16 mil dos 245 mil habitantes do arquipélago […] Um relatório da Assembleia Regional […] considera que a localidade […] tem absoluta e indispensável necessidade de um programa específico que vise alterar as condições degradantes ali existentes […] abastecimento de água dramático; vinte ou mais seres humanos habitando casas cubículos que dariam, no máximo para três ou quatro pessoas […] chegando a haver casas onde vivem , no mesmo quarto, 10 pessoas; famílias com crianças de tenra idade a viver nos balneários públicos; problemas de alcoolismo e promiscuidade; seres humanos, especialmente crianças, que passam fome. É um documento oficial que o diz (Sic). Os Governos PS resolveram esta situação nos 1310 realojamentos e muitos outros casos “difíceis”, como os 500 casos do sismo de 1980... Sem mesquinhez, os governos servem se resolvem! Na segunda década PSD, os Açores eram tristes, decadentes e chegaram falência de 1995. Hoje, repete-se o cenário…

3. E o futuro?
O ano de 2025 sem força política não vai contrariar a pobreza persistente, as desigualdades crescentes, os défices nas contas, na saúde e educação, execução do PPR, privatização da SATA…
O velho mundo depara-se com uma nova condição humana. A certeza da incerteza aumenta com o retorno de Trump. Neste novo tempo, também de Inteligência Artificial (IA), há temas e questões a requerer mais atenção. De modo sintético, aqui ficam alguns temas e interrogações: a) democratização global/objetivo maior face aos extremismos; b) conhecimento ativo é cidadania verdadeira; c) cultura é ser deste tempo sem prescindir do passado; d) ciência/tecnologia/economia; e) clima e híper clusters mar/espaço: f) hardware quântico; g) Física Robótica e “robolução”; h) “filhos e herdeiros” robôs!?; i) regulação da IA; j) cérebro com novas potencialidades e áreas de funcionamento?; l) saúde personalizada; m) educação que esbata as diferenças entre o mundo real e a escola; n) aposta no pensamento global e abstrato, trabalho prático, espírito crítico, resolução de problemas com apelo aos pensamentos divergente, convergente e computacional… Bom Ano de 2025!