As decisões políticas moldam não apenas o presente, mas também o futuro de uma região. Nos Açores, o Governo Regional tem dado sinais preocupantes de ceder facilmente a pressões externas, aprovando medidas que representam retrocessos claros para o progresso social e ambiental.
Relembremos a decisão de priorizar o acesso às creches para crianças com pais empregados, justificada pela falta de vagas. As implicações dessa medida são evidentes: discriminação contra as crianças mais vulneráveis. Em vez de promover a inclusão, essa política perpetua desigualdades, comprometendo o papel das creches como ferramentas essenciais de equidade social.
Outro retrocesso é a flexibilização das restrições ao uso de glifosato nos Açores, um pesticida amplamente criticado pelos impactos negativos na saúde pública e no ambiente. Enquanto muitas regiões avançam na proibição desse produto, os Açores seguem na contramão, colocando em risco a saúde da população e a biodiversidade única do arquipélago.
A região, promovida como um tesouro ambiental regido pelos princípios da sustentabilidade, enfrenta políticas que negligenciam esse património. Outro exemplo claro é a criação de uma exceção na área marinha protegida da Caloura, prejudicando a conservação dos ecossistemas marinhos e a sustentabilidade das comunidades locais que dependem do mar. Ainda assim, a coligação optou por enfraquecer a proteção ambiental, atendendo a interesses que nem mesmo os proponentes conseguiram justificar.
Em todas essas decisões, há um padrão evidente: o Governo Regional parece refém de interesses políticos que frequentemente conflituam com as necessidades e os valores da população. A coligação PSD/CDS/PPM cede repetidamente a agendas que representam retrocessos sociais e ambientais, cujos custos serão elevados a longo prazo.
O caminho feito pelo Partido Socialista, tanto nestas como em outras áreas, está sendo gradualmente destruído, devido a um governo refém da aritmética parlamentar e incapaz de romper com uma visão política ancorada no século XX.
O ano de 2024 ficou marcado por recuos, com os interesses dos açorianos frequentemente tratados como moeda de troca. Em 2025, é urgente refletirmos e agirmos para que esses retrocessos não se tornem o “novo normal” na nossa região. A bem dos Açores e dos açorianos, é hora de reivindicar políticas que respeitem e protejam o nosso futuro. Bom 2025!