Opinião

Melhor Educação

Comemora-se hoje o Dia Internacional da Educação. Por isso, entendi esta semana destacar o papel central da educação no desenvolvimento humano, social e económico. A educação é a base para sociedades mais justas e prósperas, sendo particularmente relevante na luta contra a pobreza e as desigualdades, como as que ainda persistem na nossa Região.

É, por isso, que tenho defendido que a educação deve ser vista como a principal ferramenta para quebrar ciclos de pobreza e promover o nosso desenvolvimento futuro.

No entanto, a ausência de uma estratégia neste setor, real e eficaz, tem comprometido um planeamento concreto e duradoiro no que à educação diz respeito. A consulta pública relacionada com a “Estratégia Regional Educação Açores 2030” já terminou há 7 meses e, desde então, ainda não se sabe que rumo pretende seguir o Governo? Quando apresentará o prometido Plano de Combate ao Abandono Precoce de Educação e Formação ou o que pretende fazer para colmatar a recorrente falta de Assistentes Operacionais nas escolas?

Mais uma vez, o que temos é um Governo sem ambição, acomodado e, por isso, sem urgência, também, neste setor. Sim, sem urgência de fazer melhor e mais pelos Açores e pelas nossas comunidades educativas. Com isso, claro, acentuam-se as disparidades entre as ilhas e as comunidades mais vulneráveis permanecem em desvantagem.

Nos últimos dias, tenho participado no Parlamento dos Jovens. Uma iniciativa da Assembleia da República, que celebra este ano 30 anos. É uma iniciativa de grande valor, porque permite que os jovens açorianos se façam ouvir sobre temas atuais, promovendo uma cultura de cidadania e participação democrática.

Ouvir a voz dos jovens é essencial e devia ser acompanhada por uma verdadeira estratégia educativa, que pudesse traduzir as suas preocupações em ações concretas, eficazes e de futuro.

Não é isso que acontece por cá. Por isso, celebrar este dia não deve ser só olhar para mais uma efeméride no calendário. Não. Este devia ser um momento de reflexão sobre o lugar onde estamos e onde queremos chegar para termos uma educação de qualidade, acessível e adaptada às especificidades dos Açores.

Só assim será possível garantir que a educação cumpre o seu papel como motor de inclusão, de igualdade e de desenvolvimento económico, social e cultural da nossa Região!