O Presidente do PS/Açores, Carlos César, destacou, ontem à noite, alguns dos projectos para a ilha das Flores, no seguimento do trabalho que o Governo Regional tem efectuado desde finais de 1996. A criação do Fundo de Coesão, que permita que, em ilhas como o Corvo, Flores, Graciosa, S. Jorge e Santa Maria, haja mais investimento público é uma das muitas pretensões para a governação socialista na próxima legislatura. A criação deste Fundo, como explicou César, vai permitir criar parcerias com as autarquias ou com o sector privado para que se realizem investimentos que não sejam efectuados por privados. Essa medida vai ainda permitir que existam benefícios fiscais ou impostos mais baixos nessas ilhas e que todas as iniciativas empresariais em áreas consideradas essenciais e que não façam concorrência a outras já existentes, ou que sejam da autoria de jovens empresários, possam receber maiores incentivos.
Ao falar para muitas centenas de militantes e simpatizantes que encheram a sala, na ilha das Flores, César referiu a necessidade de concluir e efectuar algumas obras naquela ilha e deixou os exemplos da conclusão da protecção e ampliação do porto comercial das Lajes, a construção da sede do Clube Naval das Lajes, o aumento do número de escalas do transporte marítimo de passageiros e as condições de acessibilidade, entre outras. O Presidente do PS/Açores não esqueceu a questão da certificação da iluminação, “que está a ser feita há não sei quanto tempo pela ANA, porque tudo quanto tem a ver com o Governo da Coligação demora séculos.” O líder socialista não resistiu mesmo a recordar, a propósito, o episódio da colocação de professores, notando que, nos Açores, já foi aberto o ano escolar e o concurso está terminado há muito, enquanto “ainda estamos à espera que os senhores que agora vão fazer à mão o concurso de professores até ao final de Setembro, se calhar também façam à mão a certificação da iluminação do aeródromo das Flores.”
A Agricultura e as Pescas também não são esquecidas pelo líder do PS/Açores. Aos florentinos, Carlos César deixou a promessa da construção de uma sala de desmancha no matadouro da ilha, um parque de retém, a construção de um armazém para a Associação Agrícola, entre outros. Recordou ainda que, na altura em que assumiu o cargo de Presidente do Governo Regional, os agricultores tinham em média, na Região, ano e meio a dois anos de atraso de pagamentos dos seus produtos, nomeadamente do leite entregue em fábricas, e a Região tinha as suas finanças públicas completamente destruídas.
Carlos César destacou também o facto da ilha das Flores ter sofrido um crescimento de 50 por cento do turismo, no início de 2004, o que significou um aumento relativamente aos anos anteriores. Um crescimento progressivo e sustentado do número de turistas que, segundo Carlos César, “não caíram do céu, mas sim do trabalho do Governo Regional, da promoção das nossas ilhas e do esforço de parceria que temos feito com os empresários que finalmente sabem que há um Governo que acredita na economia dos Açores”.
Carlos César referiu-se ainda à inauguração, ontem, do primeiro serviço de Telemedicina nas Flores, num grande investimento do Governo Regional do PS que vai melhorar o nível de vida dos que vivem naquela ilha. Um evento que não mereceu cobertura jornalística por parte do canal de televisão regional, o que mereceu do Presidente do PS/Açores um reparo, uma vez que “a Telemedicina salva vidas e ultimamente a RTP Açores até nos aborrece de tanto nos enfiar o PSD todos os dias de manhã até à noite”.
César considerou esta campanha eleitoral “mais difícil, uma vez que parece haver mais partidos a disputar estas eleições do que os partidos que estão nos boletins de voto”. Motivo pelo qual disse “por vezes não se perceber se as pessoas estão a votar para Carlos César ser Presidente, ou José Decq Mota ou mesmo Victor Cruz. Parece que há outros partidos, parece que o Dr. Santana Lopes e o Dr. Durão Barroso ou Paulo Portas também são candidatos a Presidente do Governo Regional”, sublinhou, acrescentando que “é uma estranha eleição”, numa clara alusão a alguns candidatos que precisam do apoio de outros para se afirmarem.