O Presidente do PS/Açores disse ontem, na inauguração da nova sede de campanha do Partido, estar ansioso para, a partir do próximo dia 17 de Outubro, ‘começar um novo ciclo para atingirmos outros patamares e para alcançarmos outras melhorias em benefício dos Açorianos e a bem dos Açores’.
Carlos César está preparado para iniciar ‘um novo ciclo político, que, na sua substância, terá que merecer imaginação, inovação e uma nova energia.’ O líder dos socialistas açorianos falava na inauguração da nova sede de campanha do PS/Açores em Ponta Delgada, na Rua da Misericórdia, numa cerimónia que decorreu ontem à noite e que contou com a presença de, para além do mandatário regional, Prof. Doutor Machado Pires, muitos militantes e simpatizantes do Partido Socialista.
Um novo espaço que o próprio Presidente do PS/Açores justificou com o facto de a sede regional do Partido já não ser ‘suficiente para caracterizar em toda a sua dimensão este projecto e esta candidatura.’
‘Temos hoje connosco pessoas que não são socialistas ou que não têm filiação partidária, ou que até se sentem, por uma ou outra razão ligados a outros partidos, mas que circunstancialmente reconhecem no mérito da obra feita e na nossa capacidade de acção e de renovação para o futuro, que o seu lugar é aqui’, afirmou Carlos César, acrescentando que ‘tínhamos que ter um espaço onde se sentissem bem socialistas e não socialistas que acreditam nesta forma de estar nos Açores e nesta forma de trabalhar para os Açores.’
A abertura da sede de campanha foi também pretexto para o líder dos socialistas da Região traçar aquelas que serão as linhas mestras da sua governação na próxima legislatura. César reconheceu que ‘umas coisas fizemos bem feitas, outras ainda não fizemos, ou porque não foi possível, ou porque não era tempo de as fazer, e outras ainda impõem-se pelo êxito que tivemos nas nossas políticas anteriores’ e, apesar da larga obra feita, reafirmou o seu compromisso de ‘fazer mais e fazer melhor.’
Como grandes objectivos para os próximos quatro anos, Carlos César elencou o equilíbrio das Finanças Públicas, a prossecução de uma política sustentada de protecção social, a revisão do relacionamento financeiro entre os órgãos do Governo da República e da Região e a consequente revisão do Estatuto Político-Administrativo da Região, a consolidação das produções tradicionais, a garantia da sustentabilidade do Turismo, através da diversificação dos mercados emissores e da redistribuição da capacidade dos operadores em todas as ilhas, e o desafio das negociações europeias que envolvem a definição do IV QCA. Tudo isso sem esquecer um ‘investimento primacial no domínio da Educação, da Formação, da Sociedade da Informação e do conhecimento.’
Numa alusão à postura demagógica do principal responsável da Coligação de direita, o Presidente do PS/Açores disse que apenas promete aquilo que realmente será possível concretizar. ‘Nessa competição da promessa, confesso-me derrotado, porque sinto o cheiro da vitória nas próximas eleições Regionais e não posso dizer aos Açorianos que vou fazer aquilo que eu sei que não é possível ainda fazer nos Açores’, referiu.
‘A minha candidatura e o projecto de liderança que o PS assume nos Açores e o projecto de mudança que eu lidero asseguram, na continuação de um clima de paz social, de crescimento da Economia e do Emprego, e de qualificação das pessoas, a construção de uma Região mais coesa e de um desenvolvimento sustentado na consideração permanente das nossas envolvências no mundo incerto em que hoje nos inserimos’, disse ainda César, acrescentando que ‘esse projecto está para além do Partido Socialista’ e hoje ‘reforça-se, em vigor, em qualidade e em inovação, com um novo rumo traçado pelo nosso Programa para a próxima legislatura e com a adesão de muitas pessoas que antes colaboravam e votavam em outros partidos, como o PP ou o PSD.’
‘Não me preocupo, nem me perturbo com os epítetos que o meu principal adversário me dirige quase todos os dias’, disse o líder socialista, porque os Açorianos o conhecem bem e ‘conhecem melhor do que o dr. Victor Cruz.’
Antes do Presidente do PS/Açores, usou da palavra o mandatário regional, Prof. Dr. Machado Pires, que disse, na sua intervenção, que ‘os Açores têm tido no Presidente Carlos César uma personalidade firme, serena, com um discurso de Estado, sem demagogias, sem crispações com o Governo da República para conseguir realizações, sem perdas de tempo para resolver questões candentes, sem turbulências governativas e precipitadas mudanças de membros do Governo, sem conflitos importantes com a comunicação social.’
Referindo-se às últimas duas legislaturas, disse que ‘todos estes anos se pautaram por paz social, desenvolvimento e uma auscultação serena das forças sociais, das várias ilhas como ‘unidades orgânicas’ do Arquipélago.’
Razões suficientes que o levam a crer que ‘o passado e o presente parecem garantir o futuro em estabilidade, experiência e continuidade’ e para pedir a Carlos César, que, na continuidade do bom trabalho dos últimos anos, ‘deixe emergir a sua serena experiência e a qualidade de saber ouvir bons colaboradores’, ‘deixe continuar o seu discurso de Estado, sempre bem preparado e meditado, e decerto terá confiança para a luta que não pára, mas para a qual tem reconhecido mérito e direito.’