O presidente do Governo Regional dos Açores admitiu, hoje, a possibilidade das autoridades do Canadá assegurarem uma “discriminação positiva” aos emigrantes portugueses em situação ilegal neste país da América do Norte.
Apesar de reconhecer que a situação criada pela decisão do Governo do Canadá de proceder ao repatriamento de portugueses indocumentados não representa um problema de grande gravidade para os Açores, uma vez que se estará perante um reduzido número de situações envolvendo açorianos, Carlos César reiterou o elogio aos esforços da diplomacia nacional na abordagem da problemática.
O facto do ministro português dos Negócios estrangeiros ter agendados para quinta-feira, em Otawa, encontros com dois ministros canadianos demonstra a forma “destemida e determinada” como a diplomacia portuguesa encara a questão, considerou.
Para Carlos César, os portugueses ameaçados de repatriamento poderão ser tratados de forma diferenciada através, nomeadamente, de um processo gradual de regularização da sua situação.
Tratam-se de pessoas necessárias à economia do Canadá, acrescentou, ao realçar, também, as especiais relações luso-canadianas e o importante contributo dos portugueses para o progresso de um país que é referência em matéria de direitos sociais.
Quanto ao caso concreto dos Açores, disse que está montado um sistema para recepção e ajuda às pessoas e famílias que venham a ser confrontadas com a necessidade de regressar.
Trata-se de um problema que não é novo na Região, sublinhou, ao referir, a título de exemplo, que os Açores acolherem, em 2004, cerca de 400 pessoas regressadas do Canadá.
GaCS/AP