O vice-presidente da bancada do PS/Açores, Berto Messias, garantiu sexta-feira que a defesa dos postos de trabalho e dos direitos dos trabalhadores da Base das Lajes são duas questões intocáveis para o Partido Socialista, que não se coadunam com o “ruído mediático” desenvolvido por alguns partidos.
“A defesa dos trabalhadores e dos postos de trabalho são pontos intocáveis para o PS”, assegurou o parlamentar socialista, para quem os portugueses que trabalham para os militares norte-americanos das Lajes não podem ser defendidos por quem, apenas, produz “ruído mediático” sem qualquer sentido de Estado.
No debate que decorreu no Parlamento, Berto Messias adiantou, ainda, que em causa não está uma questão de ilha, mas sim uma questão nacional, derivada da importância da Base das Lajes, que tem dinâmicas sociais, económicas, geopolíticas e geoestratégica importantes.
“Ao longo deste debate, tivemos uma discussão em que o Governo esclareceu todos os contornos à volta desta questão e foi lamentável a postura de alguns partidos que, quando a resposta não lhes convinha, acusavam o Governo de não esclarecer”, afirmou o vice-presidente da bancada socialista.
Relativamente ao novo Acordo Laboral, Berto Messias salientou que a nova solução representa uma evolução positiva, porque aumenta a estabilidade laboral na Base das Lajes.
“É inquestionável que, comparando com o inquérito salarial, este novo método de actualização é muito mais favorável e não deixa de garantir vantagens e benefícios para os trabalhadores da Base das Lajes”, afirmou Berto Messias, perante os deputados açorianos.
Apesar desta evolução positiva, Berto Messias manifestou-se convicto que as relações bilaterais entre Portugal e os EUA devem continuar a evoluir, com mais impactos positivos no Acordo de Cooperação e Defesa e assinado entre os dois países.
Depois de referir que o Grupo Parlamentar não recebe, de ninguém, lições de defesa dos interesses dos açorianos, o deputado do PS/Açores refutou, ainda, a crítica, de subserviência aos interesses norte-americanos.
No debate que decorreu na sexta-feira, Berto Messias salientou, ainda, a baixíssima variação dos postos de trabalho desde 1996 (80 postos de trabalho). “Desde 1996 até hoje, a variação de postos de trabalho é muito menor do que a que havia antes de 1996”, garantiu.
Destacou, em contrapartida, as notícias recentes que afirmam que as forças norte-americanas contrataram 11 trabalhadores portugueses e que está a ser analisada a hipótese de serem substituídos trabalhadores americanos por portugueses.
Além disso, denunciou as contradições do Bloco de Esquerda relativamente à Base das Lajes, por este partido defender o fim desta estrutura militar, ao mesmo tempo que não demonstra o que faria com as centenas de postos de trabalho que ficariam em causa.