O Governo socialista dos Açores vai promover tarifas aéreas entre os Açores e Continente a menos de 100 euros, anunciou Carlos César, no encerramento, hoje, em Angra do Heroísmo, do XIV Congresso do Partido Socialista/Açores.
“O Governo está a trabalhar para garantir que, a curto prazo, nas ligações aéreas entre os Açores e o Continente os passageiros passem a poder usufruir de tarifas abaixo dos 100 euros, e para que outros limites fixados nas obrigações de serviço público sejam alterados, abrindo-se novas possibilidades, novas acessibilidades e novas facilidades para a retoma e o desenvolvimento turístico dos Açores”, precisou.
Outra medida anunciada na ocasião prende-se com a criação de um Fundo de Apoio ao Investimento Privado para, disse o Presidente do PS/Açores, “compensar a resistência ao risco e o menor espírito empreendedor que estamos a constatar por parte da banca, e que irá contribuir para a dinamização e concretização de novos investimentos privados estruturantes e estratégicos para o futuro da base económica regional, bem como para a reestruturação e solidificação financeira de investimentos em curso”
Paralelamente, anunciou, vai ser aprovado, “ainda este mês”, uma nova linha apoio financeiro para assegurar financiamento “às empresas a quem as autarquias devem dinheiro”.
“Vamos também assegurar bons níveis de investimento público neste e no próximo ano: em 2010 o investimento poderá ser superior ao nível médio do investimento na legislatura anterior em cerca de 50%, e isso é uma boa notícia para a nossa economia e para a manutenção do emprego e criação de postos de trabalho”, anunciou igualmente.
Outra aposta do Governo é a continuação de um “forte investimento em todo o hipercluster marítimo “que, alguns, a reboque do que há alguns anos pensamos e fazemos, agora já falam”, sublinhou Carlos César.
Nesse pacote, inclui-se a economia portuária e prestação de serviços e logística nos sistemas internos de distribuição “sem prejudicar simultaneamente o funcionamento do mercado e as acessibilidades e preços em todas as ilhas”, no sector da transformação e na indústria conserveira, no desporto e no turismo náutico e de cruzeiros, na dinamização produtiva e sustentabilidade das zonas costeiras, na qualificação e sediação de factores de atracção nos espaços litorais das nossas cidades, “em parcerias com empresas e entidades externas relacionadas com o mar e em todos os aspectos atinentes”.
A aposta na Educação, como vector essencial do desenvolvimento, um tema amplamente abordado no Congresso, é outra das áreas que fazem parte do “novo ciclo para vencer novos desafios”, o lema da reunião magna dos socialistas açorianos.
Segundo disse o líder do PS/Açores, muitos progressos já foram feitos, e o facto de já existir um computador nas escolas para cada cinco alunos é um indicador dessa realidade, “mas temos que exigir melhor, para o sucesso escolar, quanto à qualidade do ensino e das condições de aprendizagem, e quanto ao apoio social escolar”.
Nesse âmbito, afirmou, “saímos deste Congresso especialmente apetrechados para ganharmos um novo ímpeto reformista neste sector, com orientações detalhadas quer na Moção de Orientação Política Global quer ainda em duas outras moções sectoriais”.
A fixação de jovens formados e de outras pessoas, sobretudo nas ilhas mais frágeis, continua a ser uma prioridade e, para isso, Carlos César anunciou que está a ser concebido, de forma articulada, o Plano Estratégico para a Coesão, “e temos especializado muitas medidas para as ilhas chamadas da Coesão, Corvo, Flores, São Jorge, Graciosa, Santa Maria, e dei já instruções para, em algumas dessas políticas especiais e de majoração, e no contexto orientador desse Plano, passarmos a incluir as ilhas do Pico e do Faial nesses parâmetros mais benéficos e nesses apoios excepcionais e majorados”.
A continuação dos ganhos em eficácia na saúde, o reforço da presença em campo das instituições de apoio social, em detrimento do actual número elevado de workshops e outros fóruns de reflexão, a melhor fiscalização do Rendimento Social de Inserção, onde se reconhecem abusos mas não se esquece que 50% dos beneficiários são crianças, jovens e adultos com mais de 65 anos, que não têm idade para trabalhar, são outras áreas em que o Governo está empenhado.
Energia, ambiente, agricultura e florestas, pescas, instalações científicas internacionais, criação de ainda mais emprego, são outros temas abordados por Carlos César, no encerramento do Congresso.
O presidente do PS/Açores expôs todas estas medidas e planos de acção num discurso em que começou por elogiar José Sócrates, Secretário-Geral do Partido Socialista, presente nesta sessão de encerramento.
“José Sócrates integra o clube restrito de políticos nacionais cuja adesão às autonomias regionais não se mede por palavras: ele é o líder partidário e o Primeiro-Ministro de Portugal que demonstrou, com a mais invulgar firmeza e destemor, o seu apoio ao aprofundamento das autonomias na última e atribulada revisão do nosso Estatuto,
e foi o político nacional que de forma mais clara defendeu e se bateu por uma discriminação favorável do apoio aos Açores, determinada pelos sobre custos acrescidos da nossa especificidade territorial”, disse Carlos César aos Congressistas e convidados.
“Ao contrário de outros líderes partidários nacionais”, acrescentou, “o nosso líder nacional do PS não necessita de expressar o seu apoio aos Açores através de fogachos de circunstancia, ou do ardil de promessas, porque, repetidamente, corajosamente, e solidariamente, já o demonstrou por actos e nas circunstancias mais difíceis”, e, também por isso, manifestamos-lhe o nosso reconhecimento: obrigado, camarada”, disse.
José Sócrates considera Carlos César um dos mais distintos políticos do País
O Secretário-Geral do Partido Socialista, na sua intervenção, disse aos congressistas que o PS nacional “tem muito orgulho no vosso trabalho” e acompanha “há muito tempo, a afirmação do PS/Açores na sociedade açoriana”.
Segundo disse ainda José Sócrates, o PS nacional “tem orgulho na liderança inspiradora, na referência do trabalho político que Carlos César tem desenvolvido enquanto líder do PS dos Açores”.
O líder nacional considerou que o PS/Açores é “em primeiro lugar, um partido forte, um partido unido e todos nós sabemos a importância que tem a unidade para a afirmação dos partidos”, acrescentando que “essa unidade nunca acontece por acaso”, resultando, antes, de um debate prévio, da posterior concordância daqueles que nos elegem com a orientação a seguir e com a liderança.
José Sócrates salientou que o PS nos Açores também é um partido aberto à sociedade, aos jovens, “um partido que está sempre preocupado em ouvir, em perceber as diferentes sensibilidades da sociedade açoriana, preocupado em atrair à política os melhores da sociedade, para poder servir melhor”.
Uma prova do sucesso da governação dos Açores, liderada por Carlos César, é o facto de “entre 1996 e 2008, a região que mais cresceu do ponto de vista económico, foi a Região Autónoma dos Açores”, destacou José Sócrates.
Pelo trabalho de liderança desenvolvido com êxito nos Açores o líder nacional do PS afirmou: “Como já disse muitas vezes, Carlos César é um dos mais distintos políticos da minha geração e um dos mais distintos políticos do País”.