O deputado do PS/Açores, Alexandre Pascoal, defendeu, esta quinta-feira, que a Cultura deve ser um importante catalisador do desenvolvimento económico local, com os museus e bibliotecas públicas a assumirem-se como espaços “âncora” nesta estratégia.
Estas infra-estruturas devem ser dos “principais catalisadores económicos do local, no qual devem coexistir um número significativo de actividades interdependentes, constituindo-se, de forma integrada, como espaços “âncora” no desenvolvimento local”, defendeu o parlamentar socialista, numa intervenção no plenário que está a decorrer na Horta.
Segundo Alexandre Pascoal, o impacto do valor das artes na economia local fica demonstrado com o número de entradas verificadas no conjunto dos Museus da Região, que, desde 2007, tem vindo progressivamente a subir, atingindo, em 2009, cerca de 95.000 visitantes, mais 27.000 do que dois anos antes.
De acordo com o deputado do PS/Açores, um estudo recente sobre o sector cultural e criativo em Portugal, efectuado pela empresa do ex-ministro da Economia Augusto Mateus, revela que, em 2006, estas actividades foram responsáveis por 2,8% de toda a riqueza criada no país.
“Este valor é expressivo e justifica, plenamente, a necessidade de um olhar mais atento sobre o papel da cultura e da criatividade na economia portuguesa e na açoriana, em particular”, disse.
Na sua intervenção de tribuna, Alexandre Pascoal salientou, ainda, que, para este ano, o Governo dos Açores afectou cerca de 22,5 milhões de euros na defesa do património e no apoio às actividades culturais., um valor que corresponde a 2,7% do investimento público previsto e a um aumento de 25,8% em relação a 2009.
Perante os deputados açorianos, o parlamentar do PS/Açores realçou, também, que na Região foi construída, embora de carácter informal, uma rede regional de cineteatros e auditórios, numa iniciativa de governo e autarquias.
“Como resultado temos, actualmente, uma maior produção artística regional e um aumento da procura cultural, fruto da proliferação de eventos em locais que antes não os tinham e não dispunham das condições de os promover”, destacou.
De acordo com Alexandre Pascoal, fazer com que a Cultura faça parte da vivência intrínseca das populações vislumbra-se, cada vez mais, como algo fundamental na formação contínua dos indivíduos.
“A fruição dos espaços culturais existentes, e a erigir, tem de ser encarada como uma mais-valia reprodutiva, não só ao nível cognitivo e do intelecto mas, também, como incremento económico no local de implementação”, alegou o deputado socialista.
A concluir, Alexandre Pascoal referiu que todos os cidadãos têm o direito de aceder à Cultura e a um serviço público na área da fruição cultural, quer como criadores, participantes ou espectadores.
“Esta é a forma de alcançarmos uma região, mais equilibrada, mais coesa e mais democrática”, disse Alexandre Pascoal, para quem, nesta área, “devem todos trabalhar em “rede”, mesmo que não haja formalmente uma Rede”.