O deputado do PS/Açores, Francisco César, garantiu que o ex-responsável pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) desmentiu, na Comissão de Inquérito, a existência de um acordo de cavalheiros no processo de construção do navio “Atlântida”.
“Houve inúmeras declarações feitas, hoje (quinta-feira), pelo Dr. Fernando Geraldes que são relevantes. A primeira é que desmentiu a existência, ou pelo menos o seu conhecimento, de um qualquer acordo de cavalheiros. Isto deve ficar claro.”, afirmou o deputado socialista.
Francisco César falava aos jornalistas, na Horta, após o Dr. Fernando Geraldes, antigo presidente dos ENVC, ter sido ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito ao Processo de Construção dos Navios Atlântida e Anticiclone.
“Esta audição teve muita utilidade, porque permitiu saber como funcionavam os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, uma vez que foi ouvido o responsável máximo da altura”, disse o parlamentar do PS/Açores.
Segundo Francisco César, a existência de um acordo de cavalheiros, pelos pressupostos do PSD, “só poderia existir se houvesse margens negativas de lucro. O que Dr. Fernando Geraldes comprovou é que existiam margens positivas de lucro” neste negócio.
Assegurou, portanto, que era impossível existir um acordo de cavalheiros, porque não fazia sentido um acordo para resolver um problema que, na prática, não existia, disse.
Adiantou, ainda, que o Dr. Fernando Geraldes confirmou, na prática, o depoimento já prestado pelo engenheiro Navarro Machado, outro antigo presidente dos ENVC, que foi, recentemente, ouvido em sede desta Comissão de Inquérito.
“Temos dois ex-presidentes de Conselhos de Administração dos ENVC a dizer, basicamente, a mesma coisa”, concluiu Francisco César.