A Vice-Presidente do PS/Açores, Cláudia Cardoso, garantiu hoje que a recente proposta da líder do PSD/Açores de criação de um Fundo de Investimento constitui uma “cópia descarada” da medida prevista na Moção de Orientação Política Global aprovada no último Congresso do Partido Socialista.
“A proposta da líder do PSD/A não passa, afinal, duma cópia despudorada das ideias do PS/A defendidas na Moção de Orientação Política Global aprovada no último Congresso e cuja implementação se verificará até ao final do ano”, afirmou a dirigente socialista em conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Segundo a porta-voz do PS/Açores, a nova medida anunciada por Berta Cabral, durante uma visita recente à Escola Profissional da Praia da Vitória, “não é mais do que uma das muitas soluções do PS/Açores, anunciada pelo seu Presidente no último Congresso Regional”.
Recorde-se que, na ocasião, Carlos César anunciou a criação de um Fundo de Investimento de apoio às empresas açorianas, no valor de 50 milhões de euros, com o intuito de “assegurar a dinamização e a concretização de novos investimentos estruturantes e estratégicos para o futuro da base económica regional e a reestruturação financeira de empreendimentos já efectuados”.
No Congresso Regional, o líder do PS/Açores acrescentou, ainda, que o carácter inovador desta medida se constitui como “um importante instrumento de solidificação da nossa estrutura produtiva num período onde se regista uma maior aversão ao risco e um menor espírito empreendedor por parte da banca”.
Na conferência de imprensa de hoje, Cláudia Cardoso salientou que, passados dois escassos meses do anúncio do PS/A, a líder do PSD/Açores limita-se a propor como medida de relançamento da economia “apenas aquilo que já tínhamos anunciado e que o Governo do Partido Socialista já está a operacionalizar nos termos e no tempo exacto em que foi assumido pelo seu Presidente”.
De acordo com a Vice-Presidente do PS/Açores, o Governo dos Açores concluiu já a preparação do enquadramento jurídico e financeiro de criação do Fundo de Investimento de apoio às empresas açorianas, tendo assegurado aos investidores financeiros uma remuneração garantida mínima e o reembolso do capital investido, constituindo-se assim, como um produto financeiro com garantia de colocação no mercado e que já garante o interesse dos potenciais financiadores na sua subscrição, que será operacionalizado, conforme compromisso assumido, até ao final deste ano.
Além deste Fundo de Investimento, será já no próximo mês de Julho apresentado o protocolo e o regulamento que concretiza o Fundo de Investimento de Apoio ao Empreendedorismo nos Açores, instrumento esse que visa, também, contribuir para o desenvolvimento sustentado da economia da Região e que irá potenciar a criação, o desenvolvimento e o crescimento de micro, pequenas e médias empresas nos Açores, explicou Cláudia Cardoso.
Para a concretização deste Fundo será estabelecida uma parceria com a INOVcapital, S.A., que ficará co-responsável pela sua gestão. Estima-se que este seja capaz de alavancar cerca de 30 novos projectos para os jovens empreendedores dos Açores já que passa a permitir que esses projectos sejam comparticipados também no capital próprio necessário.
Cláudia Cardoso criticou, ainda, o fraco sentido de oportunidade da líder do PSD/Açores ao defender que «os nossos jovens têm de ter noção do que é o empreendedorismo» no exacto momento em que o Governo inicia a implementação do projecto “Empreendedorismo nas escolas” e em que se aplica o novo sistema de apoios ao empreendedorismo: o “Empreende Jovem”.
Trata-se de um sistema inovador e ambicioso que passa a prever apoios não reembolsáveis a partir de 50% para projectos até 300.000€ de investimento, sendo a exigência de capital próprio de apenas 15%.
De acordo com a porta-voz do PS/Açores, a intempestiva declaração da líder do PSD/A demonstra a “míngua de ideias em que vive actualmente o PSD/Açores e a sua crónica incapacidade de reacção rápida à adversidade”.
“O que nos leva a concluir que, se porventura o PSD governasse os Açores neste momento, não teríamos tido a necessária capacidade de resposta à conjuntura internacional adversa, como tivemos com o governo do PS, e os efeitos da crise mundial na Região teriam tido consequências muito mais gravosas, particularmente ao nível do desemprego. É que em 1995, quando o PSD era governo, mesmo sem os efeitos da crise internacional, este atingiu os 7,9%, superior à actual taxa de desemprego”, concluiu a dirigente socialista.