O líder parlamentar do PS/Açores afirmou, esta quarta-feira, que a Presidente do PSD/Açores demonstra um estilo que passa por renegar as suas derrotas e de se apropriar das vitórias dos outros, como se constatou nas eleições presidenciais de domingo.
A líder do PSD/Açores “foge e renega as responsabilidades nas derrotas, como se viu nas eleições autárquicas, e apropria-se a todo o custo das vitórias alheias, como se constatou domingo”, salientou Berto Messias, numa declaração política no plenário que está a decorrer na cidade da Horta.
Segundo disse, o PS/Açores assume, “sem reservas e sem rodeios, que o candidato que apoiou perdeu as eleições e não atingiu os seus objectivos”, ao contrário de Berta Cabral que pretendeu apropriar-se do resultado eleitoral de Cavaco Silva.
“Berta Cabral, já sabíamos desde as autárquicas, tinha mau perder. Sabemos, agora, que tem também mau ganhar”, assegurou o deputado socialista, para quem a Presidente do PSD/Açores deveria, em alternativa, ter dado, ouvidos a Pedro Passos Coelho, que rejeitou “leituras partidárias” dos resultados eleitorais de domingo.
A tentativa constante de Berta Cabral de se apropriar das vitórias alheias mais não pretende do que esconder a total ausência de projecto e de ideias do PSD/Açores, que só pretende afirmar-se com a vitória de outros, disse.
Na sua declaração política, Berto Messias reconheceu que os resultados foram claros e aproveitou, por isso, para saudar o Presidente da República eleito, desejando que contribua, através das suas competências constitucionais, para que Portugal supere os desafios com que está confrontado.
“Os portugueses pronunciaram-se e quiseram que tudo fique como está, que tudo fique como até agora, com Cavaco Silva na Presidência da República”, disse o líder parlamentar do PS/Açores, ao manifestar-se, porém, preocupado com reforço do fenómeno da abstenção, com principal incidência nos Açores.
“O combate contra a abstenção e contra a baixa participação não pode ser um acto de contrição pós-eleitoral, tem de ser uma preocupação constante. É por isso que o Grupo Parlamentar do PS desenvolverá, a curto prazo, várias iniciativas que contribuam para um reforço da participação cívica e política dos cidadãos”, anunciou.
Perante os deputados açorianos, Berto Messias garantiu, ainda, que Manuel Alegre foi, desde a primeira hora, o candidato presidencial apoiado pelo PS/Açores, “com muito orgulho”.
“Quando ganha quem apoiamos, também ganha o PS, quando perde quem nós apoiamos, perdemos todos”, garantiu o parlamentar socialista, para quem o respeito do PS/Açores pela vontade dos portugueses implica a obrigação de um relacionamento institucional e leal com o Presidente da República eleito.
“É assim na vida política. Debate-se com vigor e empenho nas campanhas eleitorais, mas os cargos e as responsabilidades institucionais de cada um assumem primazia depois de conhecidos os resultados”, afirmou.
No segundo dia do plenário de Janeiro, Berto Messias defendeu, porém, que não se deve pedir ao PS/Açores para mudar de opinião política em relação a Cavaco Silva.
“As nossas convicções não se alteraram. Temos, hoje, as mesmas certezas sobre o seu comportamento em relação às autonomias do que tínhamos na sexta-feira passada”, garantiu Berto Messias, ao assegurar que o total empenho num relacionamento institucional saudável com o Presidente da República terá como único limite os interesses dos açorianos e dos Açores.